O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy disse, em evento na sexta-feira (17), em Joinville, que a economia brasileira “está andando”. Elogiou o empresariado joinvilense, declarou que o banco busca atrair mais cem empresas-clientes na região. 

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Aproveitou a viagem e também conheceu a Pollux e a Krona Tubos e Conexões. O Dia BNDES da média empresa foi organizado pela Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

A seguir, resumo da entrevista realizada no dia 17, no Perini Business Park. 

A economia cresce pouco, os empresários frearam investimentos. Como o presidente do BNDES analisa o cenário atual?

Joaquim Levy – A economia brasileira está se reencontrando e Joinville é exemplo disso, de crescimento. Claro que alguns setores ainda estão sofrendo, e esperamos recuperação, apesar de alguns problemas em Brasília. As reformas – em especial a da Previdência-, são muito importantes.

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Denise Pasqual, da Tendências Consultoria, aponta para uma economia de R$ 650 bilhões com aprovação da reforma só em outubro. O valor é bem inferior ao pretendido pelo ministro Paulo Guedes e o prazo mais dilatado em relação ao que pretende o governo. Qual tua análise?

Levy – São especulações. A aprovação (da reforma) é muito importante.

Enquanto não é aprovada, o país está paralisado.

Levy – Não, o país está andando. Joinville é exemplo. Conversei com o presidente da Schulz, Ovandi Rosenstock, que me falou de expansão grande, e se mais cidades fossem como Joinville teríamos mais riqueza. Joinville é fora de série. É cidade de gente crescendo. A Schulz cresce 20% ao ano. 

Qual é a importância do mercado de Joinville para o banco?

Levy – Joinville é o terceiro maior polo econômico do Sul do país e caminha rapidamente para ser a segunda maior economia da região. É um mercado muito interessante para o BNDES. 

O banco vai em busca de mais clientes então.

Levy – Temos mais de 150 clientes no Norte de Santa Catarina e no Vale do Itajaí. Aqui queremos ter mais cem empresas-clientes. Nossa equipe está pronta. E também há plataforma no site e lá há caminhos para se estabelecer conversações e fazer negócios. 

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O senhor falou em problemas em Brasília…

Levy – Tem problemas no governo, no Congresso, e às vezes até no Judiciário. Mas tenho confiança que o Brasil vai conseguir superar as dificuldades. A reforma da Previdência é fundamental, sim. E também temos de simplificar a vida dos empresários. O Brasil é complicado até para se pagar contas. 

O que é prioridade do BNDES neste governo?

Levy – Temos três frentes de atuação prioritárias: apoio à infraestrutura, em inovação; e foco nas médias e pequenas empresas. O BNDES lançou, na sexta-feira, linha nova de financiamento para empreendimentos com faturamento anual de R$ 100 milhões a R$ 1 bilhão.  

Qual é o valor que o banco vai disponibilizar nessa linha?

Levy – Não vai faltar dinheiro. O valor mínimo para o empresário acessar é de R$ 10 milhões. Temos produtos interessantes. Até para microempresas. 

Os juros continuam altos, como lembrou o empresário Ovandi Rosenstock no evento, no Perini Business Park.

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Levy – O banco não opera mais com taxas favorecidas – pratica taxas de mercado –, mas oferece prazos mais alongados de empréstimo.