Cinquenta dias depois de ter anunciado que compraria 15% da carteira de clientes da Agemed, a empresa de plano de saúde HapVida, com sede em Fortaleza, cancelou a transação, em comunicado ao mercado. A HapVida, companhia aberta, é listada na B3. Assim, o protocolo de entendimento, envolvendo a transferência de atendimento de 12 mil vidas para a operadora com atuação nacional, não vale mais; seria um negócio de R$ 19 milhões.

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A razão para o cancelamento é consequência de decisão da Agência Nacional de Saúde (ANS), que, em resolução RO 2.483, de 2 de dezembro, determinou a alienação compulsória da integralidade da carteira de beneficiários da Agemed, composta por aproximadamente 130 mil vidas. A Agemed atua em vários Estados, mas principalmente em Santa Catarina e no Paraná.

Mas a HapVida continua interessada em ampliar sua presença no mercado de Joinville e cidades vizinhas. Daí, vai adotar postura comercial agressiva para atrair estes clientes, de forma individualizada. A crise financeira da Agemed se arrasta há mais de dois anos. Em maio de 2019, a ANS decidiu por uma espécie de intervenção na companhia, de modo a fiscalizar e orientar a gestão porque identificou irregularidades administrativas. A Agemed tem dívidas milionárias e, cada vez mais, prestadores de serviços se descredenciam, ao mesmo tempo em que clientes corporativos migram para concorrentes.