A política de preços adotada pelo ex-presidente da Petrobras, Castello Branco, recentemente demitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, atropelava alguns segmentos da economia. Entre eles, o de transporte de cargas. Já faz algum tempo, este segmento de negócios reclama da defasagem de custos de matérias-primas em relação à capacidade de repassar altas para os clientes.

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Na ótica da Federação das Transportadoras de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc), o descompasso nos últimos meses tem sido grande. Segundo a federação, a variação de custos foi de 9,43% no final do ano passado para cargas fracionada; e de 7,1% no caso de cargas fechadas. Os percentuais são bem mais elevados do que aqueles anotados no mês de agosto: 3,50% e 2,57%, respectivamente.

Na percepção do presidente da entidade empresarial, Ari Rabaiolli, a alta do diesel impõem repasse de preços. – É efeito cascata; se não pudermos repassar, o sinal vermelho é ligado.

O líder da categoria tem dito que os preços do pneu, aço, alumínio, lubrificantes, óleo diesel – tudo – subiu muito.

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E avança na argumentação, com mais dados. No levantamento feito com empresas transportadoras, pouco mais de um quarto (27,5%) responderam que estão conseguindo repassar a lata para o frete em mais de 5%. Mas quase um terço (31%) dizem que precisaram dar descontos, que chegam até 8%, para garantir o negócio. E outros expressivos 41% mantém os preços de antes.

Outra informação do levantamento indica que, para o futuro de curto prazo, metade (49%) dos pesquisados vai se manter as tabelas de preços atual; com 31% acreditando que vai melhorar e restantes 20% apostando em piora da situação.