O varejo está super otimista com a Black Friday, nesta sexta-feira, dia 29, mas a população está endividada e não tem como atender a todas as expectativas dos comerciantes. Diante dessa situação pode ocorrer frustração de ambos os lados. Da parte dos lojistas esperam vendas muito boas, bem maiores do que foram em 2018, porém poderão, ao final, conferir negócios em valor inferior ao esperado. E da parte dos clientes potenciais, o pior que pode acontecer é não encontrar preços tão atrativos como desejariam para muitos produtos dos sonhos. E aí vão gritar uma palavra de ordem disseminada: black friday é black fraude. Olho vivo é fundamental, sim, mas calma: nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
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É verdade que no ano passado, por exemplo, descontos máximos foram de 42% – uma diminuição significativa de preço – mas os percentuais grandes de descontos foram para produtos de muito baixa procura. Nenhuma surpresa nisso.
É preciso compreender como age o varejo. Nada é por acaso. Toda as decisões das redes são tomadas a partir de dados, de estatísticas e de amplos estudos sobre o comportamento financeiro e as reações emocionais dos consumidores.
A lógica dos comerciantes é colocar nas promoções itens com elevado estoque. Afinal, produtos que não giram significam prejuízo e as campanhas publicitárias são elaboradas com o máximo de apelos para estimular o consumo.
Mas, como é natural já faz anos, as redes de varejo já não bancam mais grandes volumes nas lojas físicas e fazem ajustado trabalho nos centros de distribuição. Claro que reforçam os volumes para a Black Friday.
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Outra prática comum no comércio é anunciar promoções de mercadorias que dão alta margem de ganho. No caso, ainda que haja algum desconto efetivo para o cliente, a loja continua ganhando um bom dinheiro.
Se o consumidor não fez análise de preços prévia em relação ao que quer comprar nesta data, corre o risco de pagar bem mais do que gostaria. A maciça propaganda das grandes redes nos mais diferentes meios de comunicação tende a levar as pessoas às compras, ainda que não precisem de nada. Daí, a importância em pesquisar e agir sem emoção.