Cuidar da saúde e ter um momento exclusivo de bem-estar. É com essa intenção que, todos os dias, um grupo de pessoas se reúne no Ginásio Arthur Müller, em Jaraguá do Sul. Eles praticam a calistenia – uma metodologia de treinamento que tem como principal característica o uso do peso do seu próprio corpo. A iniciativa partiu dos irmãos Vinicius Monteiro Vidolin e Pedro Henrique Vidolin.
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Vinicius conta que o projeto começou em 2015 e, em pouco tempo, foi ganhando adeptos. “Depois que o Ginásio Arthur Müller foi reformado e ganhou algumas barras, eu comecei a praticar a calistenia para aproveitar os equipamentos. Com alguns dias de treinamento, já havia pessoas querendo aprender a atividade”, revela.
Vinicius, que é advogado, explica que, assim como o irmão, não é professor de educação física. Os dois ensinam para o grupo a parte básica da calistenia, como flexão de braço de vários tipos, barras, agachamento, prancha e abdominal. “Com o tempo, conseguimos evoluir estes movimentos, fazendo a bandeira humana e exercícios quase que de ginastas”, afirma.
Hoje, o grupo tem 60 pessoas, com idades entre 15 e 60 anos, que treinam de segunda a sexta-feira, sempre no fim da tarde. A média de treino é de 15 pessoas nos dias mais calmos, e nas quartas-feiras o grupo chega a ter 30 pessoas. "O projeto é de graça, mas nós cobramos algumas regras, como a educação de sempre usar 'boa tarde' e 'por favor'", ressalta o advogado.
Natan Cruz tem 30 anos e há três participa do grupo. Ele conta que não praticava nenhuma atividade física e que a participação nos exercícios mudou sua vida. “A modalidade me ajudou a ganhar resistência física e a tomar gosto por outros esportes, como corrida e ciclismo, e em especial trilhas, que já fiz algumas aqui pelo Estado. Em fevereiro, vou a Goiás fazer trilhas em um parque nacional que exigirá um grau maior de esforço, e a calistenia me ajudou a alcançar este objetivo”, comemora.
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De acordo com Vinicius, as principais mudanças são comportamentais. A pessoa ganha confiança em si mesma. “A calistenia que tento mostrar é inclusiva, todas as pessoas são capazes de fazer, o que diferencia são suas aptidões. Por exemplo: os mais novos têm disposição e muitos hormônios, então em três meses já veem uma mudança no corpo. Já para os mais velhos, a demora é maior, no entanto, é gratificante vê-los conseguir fazer barras e correr”, comenta.
Outra regra destacada por Vinicius é exclusiva para os estudantes que participam do grupo, que precisam ter notas boas na escola. “Quando eles têm notas baixas, tentamos ajudar, oferecendo o reforço escolar e fazendo os alunos lerem livros que achamos que irão contribuir com o aprendizado. Eles resumem o conteúdo e me contam a percepção deles da leitura”, explica.