Eduardo Luiz Gonçalves, 37 anos, tem atrofia muscular espinhal (AME) e desde os 15 anos não podia mais praticar atividade física. Mas no ano passado, essa história mudou. Ele conheceu o Projeto Pernas Solidárias, que leva os cadeirantes e quem não pode praticar atividade para as corridas de rua.
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A iniciativa foi de Cleiton Luiz Tamazia, que em 2014 começou a correr na busca de qualidade de vida. Em 2015, ele convidou o primo cadeirante para participar de uma prova. Cleiton fez o percurso empurrando o primo na cadeira de rodas. "Ele gostou tanto. Foi quando percebi que outras pessoas na mesma situação dele também poderiam ter essa experiência, daí nasceu a ideia do projeto", revela.
A iniciativa de Cleiton chamou a atenção das pessoas. Com a ajuda de doações, as cadeiras de rodas foram substituídas por triciclos, que proporcionam melhor desempenho nas provas.
A dona de casa Lúcia Helena Soares é mãe do Matheus, de 17 anos. Ele tem paralisia cerebral e fez sua primeira corrida em abril de 2017. Lúcia conta que só assistiu à prova, já que naquela época não praticava atividade física. Mas ao observar a reação do filho, resolveu se dedicar ao esporte. "Percebi uma melhora no meu filho e hoje corremos juntos. São momentos maravilhosos", destaca.
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Foi assim também com Acacio Mueller. Ele é pai do Rafael, de cinco anos, que tem artrogripose congênita, uma síndrome que causa a limitação dos movimentos das articulações. "Eu vi a Lúcia correndo com o Matheus e achei linda aquela cena. Conversei com ela e três semanas depois estava correndo com meu filho", conta.
O projeto deu tão certo que, além de Joinville, começou a ser realizado em outras cidades, como Mafra e São Bento do Sul. Fernanda Santos é professora e levou o projeto para Barra Velha. Ela é mãe da Manuela, de cinco anos. A menina tem microcefalia e, segundo a mãe, adora participar das provas. "É um sentimento tão bom, nos faz tão bem, que também quis proporcionar para outras mães", afirma.