Assim que soube do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), o Comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de São João do Itaperiú, Rodrigo Caetano se mobilizou para ajudar os moradores da cidade mineira. No segundo dia após a tragédia, ele e o subcomandante Erivelton Azevedo, e os bombeiros Jonata Silva e Alessandro Weiss, se juntaram a uma equipe formada por 28 bombeiros voluntários das cidades de Balneário Barra do Sul, Itaiópolis, Balneário Camboriú, Ibirama e Presidente Getúlio e Ilhota seguiram para o Minas ferais. Além de sete veículos e equipamentos especializados para busca como drones, o grupo também contou com um médico e piloto de helicóptero.
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Foram 10 dias de muito trabalho. O grupo ficou subordinado ao Comando Geral dos Bombeiros Militares de MG. Segundo o comandante, nos primeiros dias o barro ainda estava muito mole, por isso os trabalhos de campo da equipe só começaram no terceiro dia. “Nós fazíamos buscas durante todos os dias pelas margens dos rejeitos. Pela encosta e pela mata fechada e sempre que a gente localizava algo, nós marcávamos o ponto no GPS e enviávamos para o quartel central, que por sua vez mandava uma aeronave para averiguar se poderia ser um corpo”, explica Rodrigo Caetano que durante as buscas encontrou segmentos de corpos que só poderão ser identificados por exames de DNA.
Um dos momentos mais emocionantes, destacados pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de São João do Itaperiú, foi quando o grupo localizou uma casa que estava soterrada. “Só aparecia o telhado de fora. A gente começou a escavar e eu me deparei com um quarto de menina, com partes das paredes rosa e cama de criança. Nesse local nós encontramos um diário. E esse momento foi muito marcante e toda a equipe. Nós tivemos de parar os trabalhos fizemos uma oração e refletimos o que estávamos fazendo ali e pudemos ter a dimensão do que tinha acontecido”, ressalta.
Conforme o comandante, as buscas eram continuas. O grupo começava às 7 da manhã e só parava às 17 horas da tarde. “No fim do dia quando sempre encontrávamos as ruas cheias de pessoas que vinham nos contar que naquele local, onde estávamos trabalhando, elas tinham perdido familiares e amigos. Então nós dias em que não encontrávamos nada, nós abraçávamos essas famílias com a intenção de trazer algum conforto”, conta o comandante que também se sentiu abraçado pela população mineira.
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Ele afirma que o tempo todos os moradores foram hospitaleiros e sempre queriam ajuda-los de alguma forma. “Ele se ofereciam para lavar as nossas roupas, cortar os nossos cabelos. No último dia, cerca de 500 pessoas vieram se despedir, nos abraçaram e agradeceram a nossa ajuda. Foi um momento marcante. Voltamos pra casa com o sentimento de dever cumprido”, afirma o comandante.