Na última década, Balneário Camboriú se transformou na meca da música eletrônica na América Latina. Clubs como Warung, situado em Itajaí, e Green Valley, na cidade de Camboriú, transformaram-se em referência mundial pela magia do astral do público, atraído pelos maiores e melhores DJs do mundo. Entretanto, depois de anos levando alegria e diversão para turistas e locais, em 2021 essas duas locomotivas do entretenimento ainda não abriram suas pistas de dança, deixando de fazer parte do roteiro de milhares de pessoas no verão.

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Ciclone em SC destruiu estrutura do Green Valley, considerado melhor club eletrônico do mundo

DJ Alok é um dos grandes artistas que se apresentavam durante o verão na Green Valley
DJ Alok é um dos grandes artistas que se apresentavam durante o verão na Green Valley (Foto: Guma Miranda/divulgação)

Acostumados a disputar lugar na agenda do público, sempre ávido por festas, os dois clubs não estão operando por casusa da pandemia. Fechada desde março para não colocar seus fãs em risco, a Green Valley ainda teve sua estrutura destruída durante a passagem de um ciclone em junho de 2020.

Green Valley lança o movimento Together We Rise para celebrar a história do clube

Encabeçado por DJ’s que doaram seus cachês em prol da reconstrução do Green Valley, o Club número 1 do mundo sediará um evento histórico nos dias 29 e 30 de abril e 01 de maio de 2021 em Camboriú – SC. Para não deixar essa história ser encerrada, o movimento Together We Rise mobilizou milhares de pessoas e se tornou um marco de união e força. Junto aos fãs, consagrados DJ’s como Chemical Surf, Alok e Vintage Culture e mais 20 DJ’s da cena eletrônica também fazem parte desta iniciativa. Esse é um momento importante em que os amantes da música eletrônica e fãs do Club poderão ajudar efetivamente no retorno do Green Valley, devastado por um ciclone-bomba em junho deste ano.

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Em forma de agradecimento, o Green Valley construirá um memorial com o nome de todos aqueles que fizeram parte deste momento tão significativo
Em forma de agradecimento, o Green Valley construirá um memorial com o nome de todos aqueles que fizeram parte deste momento tão significativo (Foto: Diego Luis Jarschel/divulgação)

Já o Warung também optou por não colocar seu público em risco e permanece fechado desde o mês de março, quando se iniciou a pandemia no Brasil. Durante o recesso forçado, o club de Itajaí realizou alguns movimentos online, como lives especiais e conexões com artistas internacionais. Atento ao movimento digital, o club também criou o: Warung School. A proposta contém uma imersão de 3 dias em um evento totalmente inédito, ao vivo e 100% online, com muito conteúdo e dicas que irão conduzir o público ao Templo, como o espaço também é chamado.

Público apaixonado por música eletrônica estava acostumado a ver o amanhecer dentro da pista do Warung
Público apaixonado por música eletrônica estava acostumado a ver o amanhecer dentro da pista do Warung (Foto: Remor/divulgação)

O prejuízo do setor de eventos é incalculável, e o número de demissões e profissionais desempregados é assustador. Isso sem falar na receita que o Estado perde, já que atualmente o entretenimento é uma das indústrias mais profissionalizadas de Santa Catarina, arrecadando números significativos para a economia catarinense. Segundo Doreni Caramori Jr., presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE), o setor nacional teve uma queda do faturamento anual de cerca de 91 bilhões de reais. Parte desse faturamento ocorre nas principais cidades turísticas de Santa Catarina.

Enquanto a pandemia estiver impondo suas regras e restrições, estaremos convivendo com menos diversão em nossas cidades. Essa lacuna, infelizmente, está sendo ocupada por festas clandestinas, sem regras, sem profissionalismo e sem arrecadação aos cofres públicos catarinenses. Tempos difíceis para um Estado que sempre pautou sua alegria e divertimento pelos parâmetros da legalidade.