O anúncio feito pelo comunicador Mario Motta, de que deixaria a TV para ser candidato nas Eleições 2022 surpreendeu Santa Catarina nesta quarta, 16. Logo após a informação ter sido publicada, com exclusividade, nesta coluna, sentei-me com Motta para saber mais detalhes dos novos rumos de sua vida.

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No encontro, em um restaurante no centro da Capital, o comunicador contou que a decisão é definitiva, definiu sua plataforma política e quando começa sua campanha e se vai deixar a televisão, onde atua como apresentador do Jornal do Almoço, e a rádio CBN Diário, onde apresenta o Notícias na Manhã.

Leo Coelho: Vamos direto ao ponto. Por causa do seu carisma, seriedade e compromisso com o público através da comunicação, há anos o catarinense ouve sobre o Mário Motta na política. A decisão de ser candidato é definitiva?

Mário Motta: É definitiva. A de ser candidato é definitiva. Eu devo me filiar agora, até o final do mês. E a saída da TV é um respeito a todos e uma exigência legal.

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LC: Por que entrar para a política depois de tantos anos de vida pública, só que na comunicação?

MM: Durante todo este período de comunicação eu fui um ser político. De alguma forma, eu provoquei reflexão nas pessoas. O que eu passo a fazer agora é política partidária. E o que me leva a isso, curiosamente, talvez seja todo este período nas comunicações em que eu me sentia no direito de criticar decisões tomadas e agora eu passo a ter oportunidade de interferir nestas decisões.

Eu espero aplicar na política a mesma coerência, ética e decência que eu sempre apliquei na minha vida profissional, na educação e nas comunicações, já que foram 37 anos e meio de atuação na educação e – curiosamente – nem todos sabem deste meu lado.

LC: A pandemia serviu de aprendizado para todos nós. Você passou mais tempo em casa, com a família. O seu futuro político foi discutido durante este período com a família?

MM: Não. Este período da pandemia serviu ainda mais para desenvolver a resiliência. Por mais pressão que você sofra, você tem que desenvolver a capacidade de retomar o seu estado original de desempenho, de força e de compreensão, de vida.

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LC: A política catarinense é formada por nomes experientes. Com quem você já se sentou para ouvir propostas e alinhar seus pensamentos e propósitos?

MM: Durante estes mais de 40 anos de comunicação, eu tive a oportunidade de conviver e trocar ideias com as principais lideranças do Estado. E mesmo com uma visão que ainda não me incluía praticando a política partidária, é certo que muitos ensinamentos foram desenvolvidos. Eu tive o privilégio de entrevistar todos os governadores e a grande maioria dos prefeitos eleitos nestes últimos 35 anos em Santa Catarina. E de mediar – praticamente – todos os debates televisivos que aconteceram, o que certamente me propiciou uma larga vivência e experiência nas relações com estes candidatos, propondo e recebendo o respeito necessário para o desenvolvimento desta minha missão.

LC: O público se acostumou a ver o Mário Motta atuando nas cobranças da sociedade aos políticos. Já se imaginou do outro lado do balcão? Sendo cobrado?

MM: É evidente que ainda não tive tempo de vivenciar este tipo de cobrança. Entretanto, posso garantir o seguinte: que farei o melhor que puder e caso seja cobrado, possa sustentar minha posição, com argumentos sólidos que traduzam os valores que me formaram.

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LC: Como você vê a vida política em Santa Catarina hoje?

MM: Eu acho que a política catarinense vem vivenciando um processo de qualificação, justamente pela apresentação de pessoas que até então se sentiam constrangidas em se apresentar candidatos. Eu posso garantir que uma decisão dessas não é fácil. Porém cada vez mais eu sou estimulado a me apresentar como candidato, acreditando na possibilidade de contribuir para a melhoria desta vida política em nosso Estado.

LC: A política hoje está muito polarizada. O que pensa disso?

MM: A pluralidade de ideias tende a ganhar forças quando existe o respeito entre as pessoas. Eu entendo que a existência de outras posições além da bipolaridade não só irá oxigenar o debate, como abrirá espaço para um grande número de eleitores que tenham ideias diferentes e que se sintam excluídas de uma discussão.

LC: Esta decisão define seu caminho dentro da comunicação? O Mário Motta vai se aposentar do rádio e da TV?

MM: Pelo menos durante este período eleitoral eu vou me dedicar exclusivamente à campanha. Eu adoro a comunicação e certamente não saberia dizer o que vai acontecer depois de outubro.

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LC: Eleição nunca foi fácil. É sempre uma grande corrida por votos. Quando começa a campanha do Mário Motta?

MM: Comecei hoje no elevador deste restaurante. Ao entrar fui abordado por três jovens que disseram me assistir desde pequenas e disseram que haviam lido sobre a minha decisão de sair candidato. Segundo elas, três votos eu já tenho. Mas com toda a sinceridade, eu espero que toda a minha carreira profissional possa servir de parâmetro, referência, para uma avaliação da sociedade.

LC: Quais serão as bandeiras do Mário Motta na política?

MM: Educação e comunicação fazem parte da minha vida. Tudo que sair destes dois setores serão alvos da minha atenção e dedicação.

LC: Pra finalizar, o público se manifestou muito pela internet ao saber da sua decisão. Com base nos memes e no seu jargão, pergunto: como fazer uma boa SC?

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MM: Um dos jargões que eu pretendo utilizar é: Vamos fazer uma boa escolha. Estimulando o eleitor ou eleitora a decidir conscientemente quem vai representá-los. Se eu for merecedor desta distinção, farei o possível para não decepcionar. E caso a escolha seja outra, que o escolhido seja merecedor desta confiança.

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