O Aeroporto Diomício Freitas, em Forquilhinha, não opera com voos comerciais desde o final de 2016, mas encontrou na aviação geral uma alternativa para manter a estrutura em funcionamento. Em julho do ano passado, a RDL Aeroportos assumiu a gestão do local e, nos seis meses de operação, registrou um crescimento de 300% no número de voos (de 71 em julho para 284 no mês passado). O contrato emergencial com o governo do Estado encerra na semana que vem. Para manter as operações, empresários da região devem ajudar a pagar a conta.
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A Secretaria de Estado da Infraestrutura, que tem entre suas competências o sistema aeroviário de Santa Catarina, quer buscar uma alternativa para pagar os custos da operação em Forquilhinha.
O aeroporto custa por mês cerca de R$ 86 mil, mas somente com o aluguel dos hangares, a receita gira em torno de R$ 40 mil. O secretário Luiz Fernando Cardoso diz que a ideia é dividir a conta e, em pouco tempo, fazer com que o
aeroporto seja autossustentável.
– O contrato emergencial não pode ser revalidado. Então estamos vendo alternativas para fazer outro. É um desafio, pois aeroporto tem uma legislação específica. Avançamos nesses meses no formato que queremos, que é gerar receita a partir da locação dos espaços. Com um enxugamento que queremos fazer, esse valor já pagaria mais de 60% do custo de manter o aeroporto aberto. Para a empresa que o administra, fica o compromisso de buscar novas fontes de receita – explica o secretário.
Implantar uma escola de aviação, formar pilotos e comissários e construir um hangar de manutenção das aeronaves são algumas das ideias que podem viabilizar economicamente o local. O gestor do aeroporto de Forquilhinha, Edson Piron, explica que hoje a pista é referência na região para pousos e decolagens de aviões executivos, aeronaves de instrução, militares e médicas, além de oferecer operação noturna para shows de artistas nacionais que se apresentam no Sul do Estado.
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– O aeroporto tem capacidade de operar aeronaves de até 76 assentos, podendo ser três aeronaves simultaneamente. Claro que a estrutura para comportar passageiros precisaria ser melhorada, para dar todo conforto e segurança. Por isso, é que Jaguaruna assumiu esse papel e nós ficamos com o executivo. Está funcionando – avalia Piron.
Total de embarques e desembarques também foi maior em Jaguaruna
O Aeroporto Regional Sul Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna, também registrou crescimento no ano passado. Só em número de passageiros, o aumento foi de 98,2%, passando de 73,6 mil pessoas em 2016 para 146 mil em 2017, segundo dados da RDL Aeroportos. Apesar de perder um voo no início de setembro, a movimentação de aeronaves também aumentou 28,5% em relação ao ano anterior.
Para 2018, a expectativa da administração do terminal é arrecadar em tarifas o mesmo valor que custa ao Estado manter o aeroporto aberto. Isso significa que os cerca de R$ 308 mil que o governo paga por mês para a RDL serão arrecadados com as taxas da operação do terminal. Esse era um dos objetivos a serem atingidos pelos gestores e um dos mais ambiciosos, de acordo com o gerente geral do aeroporto de Jaguaruna,
Fernando de Castro.
– Vamos arrecadar para o Estado esse valor, é algo a ser celebrado, é um respeito ao cidadão, ao bolso do contribuinte, significa que o negócio já se paga. A terceirizada é contratada para administrar e para não trazer problemas, além de buscar crescimento e soluções.
O aproveitamento das aeronaves Latam, por exemplo, é de 80%; a Azul, no voo da tarde, de 65%. Vamos continuar buscando o retorno do outro voo que foi suspenso, que tinha ocupação acima de 80% –
argumenta Castro.
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O voo que saía de manhã e retornava à noite era o mais utilizado pelos empresários da região. Mas, por uma decisão da Azul, a aeronave foi redirecionada para outro trecho. Na época, entidades empresariais se mobilizaram para manter o horário, mas não tiveram sucesso. Um dos desafios da RDL para 2018 é buscar o retorno dessa opção para os usuários.