O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS) encontrou mais uma toninha sem vida no litoral Sul catarinense, a terceira somente em 2019. O animal estava na Praia da Vila, em Imbituba, cortado ao meio. Segundo os pesquisadores, a toninha ficou presa em uma rede e morreu por afogamento, porém foi mutilada pelo dono do equipamento de pesca com o intuito de ocultar a carcaça.

Continua depois da publicidade

Encontrar toninhas mutiladas faz parte da rotina de quem pesquisa esses animais desde 2015. O professor da Udesc e coordenador do Projeto Toninhas em Laguna, Pedro Wolkmer de Castilho, disse que os animais são cortados pois é mais provável que os pedaços menores afundem e não venham parar na faixa de areia. Nos últimos três anos, 132 toninhas foram encontradas sem vida na região.

Por instinto, os animais se aproximam da rede para se alimentar dos peixes, e ao ficarem presos, são feridos ou mortos pelos pescadores. As toninhas são pequenos golfinhos que vivem na costa leste da América do Sul. Elas são a única espécie de pequeno cetáceo ameaçada de desaparecer das águas brasileiras, segundo a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

Segundo o capitão Omar Correa Marotto, da Polícia Militar Ambiental de Laguna, três policiais militares atuam na fiscalização da pesca oceânica, em todo completo lagunar que compreende 10 lagoas e cinco rios e ainda nas lagoas da Ibiraquera, em Imbituba. A área de atuação é de Garopaba a Passo de Torres, e conta com o apoio da tecnologia, através do Programa de Rastreamento de Embarcação Pesqueira por Satélite (Preps).

No caso da avaliação das atividades in loco, a guarnição passa por problemas operacionais. Desde o início de dezembro, a embarcação para fiscalização em alto amor está inoperante, com uma peça quebrada. Enquanto não volta a funcionar, o trabalho continua por terra e em lanchas menores, na água doce.

Continua depois da publicidade

— Em situações irregulares pode ocorrer desde multa à apreensão da embarcação, depende de cada caso. O importante é que a gente não deixa de realizar as fiscalizações por conta de efetivo, atuamos através de um plano de trabalho para distribuir esse grupo, mesmo que pequeno, de maneira organizada — explica o capitão.