Uma análise econômico-financeira encomendada pela Comissão Técnica de Estudos da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) apontou que o valor a ser cobrado nos pedágios do trecho Sul da BR 101 é compatível com o montante de R$ 2,9 bilhões, investimento previsto para o período de 30 anos da concessão. A análise foi apresentado na tarde desta quarta-feira na Associação Empresarial de Criciúma (Acic) para prefeitos da região e entidades ligadas ao comércio, indústria e transportes.

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O estudo foi feito pelo engenheiro Ricardo Saporiti, consultor técnico da Fiesc. Em audiências públicas realizadas sobre o tema, parte dos envolvidos questionou o valor teto de R$ 3,97, em comparação a tarifa de R$ 2,70 cobrado no trecho norte da rodovia federal. Segundo Saporini, a base de cálculo para definir o valor leva em consideração vários fatores, e por isso seria irreal comparar trechos com quilometragem e fluxo de veículos diferentes, além da questão do contrato dessas outras praças, que é de 2008.

Conforme o estudo, o preço por quilômetro no trecho Sul é de R$ 0,07019, calculado a preços de novembro de 2016. Para embasar o cálculo, foram desenvolvidos estudos de tráfego, serviços, obras de manutenção e demais investimentos.

— Foi analisado o volume previsto de obras, especialmente com o montante alocado para melhorias da estrada e da capacidade tráfego, que constam o investimento de R$ 2,9 bilhões a longo de toda concessão, e esse volume impacta diretamente na taxa de pedágio — complementa Saporiti.

Como exemplo, o estudo apontou a praça de pedágio de Palhoça como a melhor indicadora de comportamento do tráfego da região Sul. No km 273, o volume diário médio anual em 2015 foi de 29,5 mil veículos. Projeções apontam que nos 220 quilômetros onde serão instaladas as quatro novas praças, a média deve ficar em torno de 25,9 mil veículos. Os pedágios serão construídos em Laguna, Tubarão, Araranguá e São João do Sul.

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Análise embasa posicionamento da Fiesc

Após surgirem dúvidas sobre os valores previstos para as praças do Sul, a Fiesc decidiu contratar o estudo técnico. O gerente de Assuntos de Transporte, Logística, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Egídio Antônio Martorano, explica que a análise embasa o posicionamento da federação e dos empresários, e elucida alguns pontos.

Entre as sugestões que a federação deve encaminhar à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está o investimento e pesquisa para a implantação no futuro do sistema free flow, com pagamento por quilômetro rodado. Outro pedido é que haja agilidade no processo de obras e implantação dos pedágios, pois desde 2014 a federação já aponta para a necessidade da ampliação os trabalhos de manutenção da rodovia, além da necessidade de obras complementares.