Por Renan Medeiros, interino*
Toda a população de Cocal do Sul que tem idade suficiente lembra da noite de 15 de agosto de 1997. Às 19h25min, o barulho forte de uma explosão deixou os moradores do município e de cidades vizinhas no Sul Catarinense inquietos.
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Minutos depois, a notícia chegava pelo rádio e pelos canais de televisão: um avião explodiu no ar e caiu no quintal de uma casa no bairro Jardim Elizabeth.
A aeronave Cessna 550 Citation II, prefixo PT-LML, tinha decolado minutos antes do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), a caminho do Rio de Janeiro. Morreram os pilotos Fabiano José Gonçalves, de 40 anos, e Fernando Piccin, de 28. Não havia passageiros a bordo.
As causas da explosão
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A investigação das causas do acidente foram prejudicadas pela falta de gravação das conversas na cabine de registro dos dados do voo.
Segundo o relatório oficial do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), a explicação mais provável é a de que os pilotos tenham esquecido de ligar a pressurização da cabine quando saíram de Porto alegre. O botão que executa essa ação foi encontrado na posição "off". Com a cabine despressurizada, o Cenipa acredita que os dois ocupantes tenham desmaiado.
— É possível que na seqüência, os pilotos, ou um deles, tenham recuperado a consciência durante a descida. Desta feita, o piloto teria acionado o speed brake e baixado o trem de pouso, no intuito de diminuir a razão de descida e estabilizar a aeronave. O avião, entretanto, continuou numa descida rápida sem nenhuma condição de recuperação da altitude de voo, até se desintegrar em voo, a uma altura aproximada de 1.500 pés sobre a localidade de Cocal do Sul, causando um forte estrondo, que foi percebido por vários moradores da região — menciona o relatório do Cenipa.
Problemas na aeronave
De acordo com a família de Piccin, em processo movido contra a Riana Táxi Aéreo, proprietária do avião, a aeronave apresentava problemas mecânicos desde quatro meses antes do acidente. Entre eles o superaquecimento da turbina direita, que se desprendeu do avião durante o voo.
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A empresa e a seguradora alegaram que a aeronave havia passado por uma revisão quatro dias antes do acidente e, portanto, estava em boas condições.
As partes entraram em um acordo para pagamento de indenização.