*Por Gabriele Duarte, interina

 

A movimentação total de cargas do Porto de Imbituba cresceu 12,7% no primeiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e março houve uma evolução gradativa com pico no último mês, quando 462.438 toneladas passaram pelo controle da SCPar, que é a empresa pública estadual responsável pelas atividades portuárias no Sul do Estado desde 2013. As operações de exportação de longo curso foram aquelas que obtiveram o melhor desempenho, com um aumento de 16%, e as principais cargas transportadas foram o coque (tipo de combustível derivado da hulha, que é uma espécie de carvão mineral) e a soja. 

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Com 17.943 contêineres movimentados, a carga conteinerizada puxou a alta na movimentação no Porto de Imbituba, apesar da vocação das estruturas locais voltadas para o granel. Os contêineres circularam 132,7% a mais nos três primeiros meses do ano em relação à mesma época de 2017. De acordo com o diretor-presidente da SCPar Porto de Imbituba, Rogério Pupo, os números atuais estão confirmando a perspectiva de dobrar a movimentação anual de cargas. Outra expectativa é de registrar um crescimento total de 6,5% nas atividades portuárias em 2018. 

— As cargas com que o Porto de Imbituba acaba trabalhando são estruturantes para a movimentação da economia como um todo. O ano de 2018 também vai ficar marcado por novidades implícitas na área de contêiner, tanto na exportação como na importação, com novas cargas que estão prospectando Imbituba como solução logística — avalia.

A expansão da movimentação de cargas no Porto de Imbituba ainda pode ser atribuída a uma linha de navegação da Ásia que passou a operar em setembro de 2017 com 13 navios e no Brasil também atraca em Itaguaí (RJ), Santos (SP) e Paranaguá (PR). Rotas na costa ocidental na América do Sul e na Europa também estão sendo negociadas. Investimentos na infraestrutura de acesso, como a ampliação da profundidade de 15 metros nos berços de atracação, e em equipamentos para ampliar o transporte de grãos e fomentar o de líquidos, que tem mostrado potencial na região Sul do Brasil, além da crescente recuperação econômica do mercado global são outros fatores que influenciaram nos resultados. 

— Queremos entrar no granel líquido e consolidar carregamento de contêineres e, por isso, estamos buscando novas linhas. A ideia é ser um porto multipropósito, que não fica atrelado a somente uma carga e contorna as oscilações de mercado. Para isso, estamos focando na integração regional com a utilização da malha ferroviária que liga Imbituba à Criciúma, investindo no aprofundamento do calado e criando um novo acesso ao porto junto à prefeitura — finaliza o diretor-presidente da SCPar Porto de Imbituba. 

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Movimentação do Porto de Imbituba (em toneladas):
 

 

Conjuntura favorável e capacidade técnica

O crescimento observado ao longo do trimestre do Porto de Imbituba também acontece no Complexo Portuário do Itajaí-Açu, que divide as atividades portuárias entre Itajaí e Navegantes. Naquela região, foram movimentados 94 mil TEUs (medida que corresponde a contêineres de 20 pés), 7% a mais do que em março de 2017. Esse foi o primeiro resultado positivo na movimentação em 2018. 

A professora do curso de gestão portuária da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Hilda Maria de Souza Rebello, lembra que os portos do litoral Norte, dentre eles Itapoá, têm posição mais estratégica por estarem ligados à BR-470. Por esse motivo, a especialista ressalta ainda mais o crescimento portuário em Imbituba e atribui, principalmente, à governabilidade empregada no local.

— É a conjuntura do comércio internacional. Todos os portos, incluindo o de Santos, estão tendo uma melhora, mas muito aquém do que se esperava em movimentação. A retomada está lenta. De qualquer forma, a gestão técnica do porto de Imbituba tem se destacado. O crescimento deles também está associado à carga a granel, que é o carro-chefe do Brasil. Nesta época, vem muito fertilizante, por exemplo — avalia a pesquisadora. 

 

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