Por Renan Medeiros, interino*

Setor que fatura R$ 200 milhões por mês no Sul de Santa Catarina, a indústria de revestimentos cerâmicos teme, além do prejuízo financeiro com perda de produção decorrente da paralisação do transporte, um reflexo negativo na imagem junto ao mercado internacional. As empresas da região exportam aproximadamente 1,5 milhão de metros quadrados por mês.

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— Estivemos há pouco tempo em uma feira internacional nos Estados Unidos, onde levamos e promovemos o produto nacional. Agora, a gente atrasa a entrega, o que arranha a nossa imagem lá fora — lamenta o executivo e presidente do Sindicato da Indústria Cerâmica de Criciúma e Região, o Sindiceram.

Segundo ele, o prejuízo material ainda não foi calculado, mas deve chegar a "várias dezenas de milhões de reais".

Veja também: Fábricas de revestimentos cerâmicos desligam fornos

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Conforme o empresário Manfredo Gouvêa Júnior, gestor de uma empresa paraibana com unidade em Criciúma, os dez dias de produção parada vieram justamente num período em que o mercado dava sinais de retomada.

— Afetou a vida de todos nós. A greve acabou na quarta-feira. Aqui na nossa região foi até mais tarde que em outras regiões do país. Estamos em contato com várias pessoas e chamando de volta os funcionários para que a produção seja retomada o mais rápido possível, mas ainda não temos como precisar uma data — relata Gouvêa Júnior.

As empresas da região precisaram desligar os fornos durante a paralisação. Para que os equipamentos voltem a funcionar normalmente, é necessário aguardar ao menos uma semana, a depender do tamanho e tecnologia de cada forno. Esse costuma ser o tempo mínimo que leva para a estabilização das condições de queima.

Nesse período, muito dos revestimentos cerâmicos produzidos precisam ser descartados ou comercializados com classificação inferior de qualidade, o que diminui o faturamento.

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