*Por Gabriele Duarte, interina

 

Intimamente conectada ao mar de Imbituba, a Lagoa de Ibiraquera é um local bastante versátil, já que reúne esportistas, pescadores artesanais e famílias atraídas pela água salobra, quente e tranquila que compõe um dos cenários mais exuberantes da região Sul de Santa Catarina. Ao longo dos anos, no entanto, a população do entorno tem se preocupado com a contaminação lacustre, que resulta da falta de saneamento básico e da ocupação irregular e desordenada. Atenta à degradação ambiental, a comunidade organiza neste sábado, 21, a Plenária do Fórum da Agenda 21, uma ferramenta incentivada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que tem origem na Rio 92, para discutir a gestão sustentável da lagoa.

Continua depois da publicidade

 

Leia também: Turismo embarcado para observação de baleias é assunto no STJ

Continua depois da publicidade

 

A preocupação dos moradores da região tem embasamento, já que a Lagoa de Ibiraquera costuma ter avaliação imprópria para banho nos relatórios do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). Outra instituição, dessa vez o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) em Garopaba, também traz um panorama negativo por meio de análises da qualidade da água recorrentes e inéditas. Do segundo semestre de 2017 para cá, foram três coletas em seis pontos de monitoramento. 

— São análises físico-químicas de temperatura, quantidade de oxigênio dissolvido, pH, salinidade e exame bacteriológico. Os resultados preliminares são preocupantes e mostram que a lagoa precisa de um monitoramento frequente — indica a professora Elisa Gandolfo Martins, que coordena o curso técnico em controle ambiental e vai detalhar os dados na plenária. 

A prefeitura, que possui um Protocolo de Sustentabilidade da Barra de Ibiraquera para inibir construções irregulares e verificar fossas e sumidouros, já sinalizou apoio ao acompanhamento da água na lagoa. Outra ação que pode surtir efeito na conscientização sobre a necessidade de preservação está diretamente ligada à educação e foi retomada depois de quase 20 anos interrompida. Alunos do 1º ao 9º ano da escola Justina da Conceição Silva visitam periodicamente desde o início do ano cada parte da Bacia Hidrográfica da Ibiraquera, segundo a diretora do conselho comunitário e condutora do Coletivo Taiá-terra, Claudete Medeiros, para conhecer e valorizar o espaço. 

— As crianças, que são detetives do meio ambiente, observam o caminho das águas, a mata ciliar, as áreas úmidas do entorno e veem como esse ambiente está hoje. Mais para frente, eles poderão ver fotos de como era há 18 anos e vão perceber a diferença e a importância do cuidado — explica a mulher que, junto da professora Mauricélia Teixeira de Albuquerque e do orientador escolar Aleci Gonçalves organiza as saídas de campo. 

Continua depois da publicidade

Um plano de revitalização da bacia hidrográfica onde a Lagoa de Ibiraquera está inserida também será apresentado no encontro da Agenda 21. O responsável pela fala será o chefe substituto da Área de Proteção Ambiental Baleia Franca, Ronaldo Costa, que integra o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

 

Serviço

O quê: Plenária do Fórum da Agenda 21 em Imbituba – Saúde das águas

Quando: sábado, 21 de abril, das 14h às 17h

Onde: Salão do Clube Juventus, Ibiraquera

Quanto: Gratuito e aberto à comunidade

 

Programação:

Apresentação do projeto de educação ambiental “Ibiraquera você é linda, quero te proteger. Parte II – O amor continua” com as crianças da EEB Professora Justina da Conceição Silva

Apresentação dos resultados Preliminares da pesquisa sobre análise da qualidade da água da Lagoa de Ibiraquera – IFSC

Palestra sobre o conceito de revitalização de bacias hidrográficas – ICMBio

 

Leia também: Um a cada quatro municípios está infestado pelo Aedes aegypti em SC