Por Renan Medeiros, interino*

Moradores e empresários de bairros de Criciúma que hoje têm a energia elétrica distribuída pela Coopera resistem à alteração determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que a Celesc assuma essas áreas. O motivo da contrariedade é que, como as cooperativas são beneficiadas com subsídios, elas têm condições de oferecer energia a uma tarifa menor do que a estatal.

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Na noite de quinta-feira, uma audiência pública foi promovida pela Câmara para discutir o assunto, com a presença de mais de 500 moradores. A mudança afetará cerca de 2 mil unidades consumidoras da região da Quarta Linha, na parte Sul de Criciúma, e dos bairros Bairro São Sebastião e Montevidéo, áreas consideradas agrícolas.

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— O impacto não vai ser só pela parte da empresa, mas também ao consumidor. A partir do momento em que temos os custos efetivados, não estamos preparados para desembolsar o diferencial que tem de uma tarifa para outra. Se a migração ocorrer para empresários, vai causar desempregos — alertou o empresário Valdelir Biff.

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De acordo com a Celesc, a mudança está prevista desde 2006 e a empresa está obrigada a proceder com a transferência dos consumidores.

— Já fomos alertados sobre o risco de termos elevadas penalidades até mesmo intervenção na concessão. Essas modificações estão ocorrendo em todas as cooperativas de Santa Catarina. Não é fácil e a Celesc entende a situação, mas tem aspecto legal e contratual que precisa ser cumprido — explicou Fabio Valentim, chefe de departamento da Celesc.

Santa Catarina é o estado do Brasil com maior variação nas tarifas de energia elétrica. Com sede em Forquilhinha, a Coopera oferece a energia elétrica mais barata do Brasil, de acordo com a Aneel. A tarifa mais alta praticada no estado também está no Sul, mais precisamente em Urussanga, onde a empresa Eflul é a fornecedora.

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