O diretor da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Sério Zappelini, foi exonerado pelo prefeito Clésio Salvaro na noite desta quarta-feira. Em nota, a prefeitura não informou o motivo, mas Serginho atribui o desligamento à polêmica sobre uma escultura. O trabalho de alunos do curso de Artes Visuais da Unesc, exposto na Casa da Cultura, desagradou algumas pessoas e recebeu moção de repúdio da Câmara de Vereadores.

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Na noite de sexta-feira passada, a exposição "Vivências artísticas na formação docente" foi aberta na Casa da Cultura. No sábado pela manhã, um pai visitou o local na companhia do filho e desaprovou a peça, que expõe um órgão sexual masculino sobre um dorso de manequim nu. Ele procurou o vereador pastor Jair Alexandre (PSC), que levou o assunto ao Legislativo. Na sessão de terça-feira, os vereadores aprovaram por unanimidade a moção.

A direção do curso de Artes Visuais informou que a exposição foi organizada de forma independente pelos acadêmicos que estão na oitava fase, e que a mostra não teve a supervisão de professores da universidade.

A peça estava em exposição no hall de entrada, sem nenhuma sinalização de restrição de idade. De acordo com a moção, a exposição da obra desobedece a Lei Ordinária 7161/2018, que proíbe o acesso de crianças e adolescentes em exposição de obras de arte e eventos que contenham nudismo, pornografia, zoofilia e conteúdo libidinoso, no âmbito do município de Criciúma.

Em nota, Zappelini afirmou que o motivo foi "uma escultura de um órgão genital que sequer vi". Ele lamentou a decisão mas garantiu que "os movimentos de Rock, Instrumental, Gospel, grupos folclóricos, corais, artes visuais e todas as nossas ações não ficarão descobertos", e que está à disposição dos movimentos para manter a luta pela economia criativa da cidade.

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Serginho, como é conhecido, deixaria o cargo dia 6 de janeiro segundo nota da prefeitura. Na manhã desta quinta-feira, o setor de comunicação informou que a saída é imediata. No comunicado, a administração municipal agradeceu os quase dois anos de serviços prestados à arte e cultura da cidade. Após a polêmica, a obra foi colocada em uma sala com sinalização de faixa etária e depois devolvida aos autores.