Os atendimentos no Hospital Regional de Araranguá (HRA), referência para 15 municípios do extremo Sul do Estado, volta ao normal a partir das 19h desta quinta-feira. Depois de uma semana de trabalho interno, contratação de funcionários e reposição de equipamentos, o Instituto Desenvolvimento Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) reabre as portas da unidade. A restrição no atendimento começou dia 9 de dezembro, e desde 7 de janeiro, nenhum novo paciente foi aceito no hospital.

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A mobilização de funcionários iniciou depois que a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) atrasou os salários de novembro, que só foram pagos depois do Natal. O Estado rompeu o contrato com a empresa e contratou o Ideas em caráter emergencial, mas o instituto só conseguiu assumir a gestão na última quinta-feira. O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Criciúma e Região (Sindisaúde) concordou em encerrar a greve e desocupar o hospital, após acordo.

— O Sindicato falava em 385, oferecemos 360. No processo seletivo dessas tivemos 343 inscritos, e já admitimos 315, que se apresentaram hoje pela manhã no hospital. Ainda há vagas para técnico de enfermagem e outros cargos mais técnicos. Agora, o sindicato quer exigir a contratação de alguns nomes específicos, levando a questão mais para o lado pessoal do que propriamente da classe — explicou o vice-presidente do Ideas, Julhano Capeletti.

No acordo, ficou acertada a estabilidade dos funcionários por seis meses, reajuste de salários dentro do piso médio da região, entre outras questões. O diretor tesoureiro do Sindisaúde, Cleber Ricardo da Silva Candido, já formalizou junto ao Ideas e à Secretaria de Estado da Saúde um pedido para que o número de funcionários contratados seja cumprido. Ele alega que alguns nomes, que estiveram à frente da mobilização, não foram chamados para trabalhar.

— Queremos que eles venham para a mesa de negociação e que resolvam esse impasse de uma vez por todas. Não queremos discriminação aos trabalhados que estiveram à frente na luta e queremos a garantia e manutenção desses empregos. Não ter esses companheiros junto com a gente no local de trabalho é um risco muito grande para que os patrões possam pintar e bordar com os trabalhadores e seus direitos — comentou Candido.

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Atendimento com especialistas a partir da semana que vem

Quando assumiu o hospital na última quinta-feira, a equipe do Ideas começou a fazer o levantamento do que era necessário para reabrir. Segundo o vice-presidente, a UTI e a emergência estavam sem monitores nos aparelhos, faltava desfibrilador, o centro cirúrgico tinha somente um carrinho de anestesia, e a farmácia estava desabastecida. O laboratório de análises clínicas também estava sem estrutura para exames de sangue, além do prédio não apresentar condições de higiene.

— Com aqueles medicamento s agente não conseguiria atender por mais de 12h, não tinha comida, havia alguns respiradores na UTI mas sem monitor, hospital completamente desabastecido e muito sujo. O Ideas tem alguns aparelhos próprios que levamos, fechamos contrato de aluguel e parceria para equipar o laboratório, o hospital reabre a pleno, com a parte médica e todas as equipes fechadas — explicou Capeletti.

Até quarta-feira que vem, os atendimentos de médicos especialistas no ambulatório também devem ser normalizados. Os pacientes são encaminhados por meio do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), que regula o encaminhamento da rede básica ao atendimento hospitalar. De acordo com o Ideas, a sala de oftalmologia e de cardiologia ainda precisam de alguns equipamentos, para voltar a receber os pacientes da região.

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