Como você gostaria de ser tratado quando ficar mais velho? Como um peso? Com a sensação de inutilidade e pouca produtividade? Alguém que quase não se visita mais? Sem uma conversa interessante? Essa é a preocupação de uma “menina”, moradora de Florianópolis, que hoje, dia 4 de julho, completa 90 anos e que, do alto de sua lucidez, nos convida a refletir sobre algo que, segundo ela, “chega a doer, só de pensar”. Isso inclusive lhe fez escrever um livro sobre o assunto, que será lançado nesta semana.
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Dona Clarice Carneiro Baccini, nascida em São Paulo, veio morar na Capital catarinense há muitos anos, depois que ficou viúva. Sempre foi uma mulher à frente do seu tempo, independente, irrequieta, independente e ativa. Tanto que, depois de ver os três filhos muito bem encaminhados, aos 57 anos, decidiu encarar uma faculdade – aos 61 se formou socióloga.
De lá pra cá, sempre esteve envolvida em ações sociais e até com uma especialização em gerontologia, na UFSC, onde esteve em contato direto, e por muitos anos, com idosos em asilos da Grande Florianópolis. “Essa convivência me fez perceber o crime que estamos cometendo com nossos vovôs e vovós: a maioria já se sente fazendo hora extra na vida, sem expectativa alguma, esperando a hora chegar, solitários”… conta Dona Clarice.
COMO LIDAR COM TUDO ISSO?
Depois de uma manhã ao lado dessa mulher incrível, voltei pra casa me questionando: como ando ausente “lá em casa”, meu Deus! “A grande sacada é se fazer presente na vida do idoso, nem que seja por 15 minutos – você não imagina a diferença que isso faz na vida dele”, defende a escritora que nos apresenta seu livro “Longevidade: como lidar com ela”.
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Nele, traz um guia, fácil de entender, que nos ensina cuidados especiais (e simples) para quem já passou dos 70, 80, 90… "Os mais velhos, pra se manterem ativos, precisam de incentivo e manter a mente viva com atividades, com leitura, com passeios, ou simplesmente com uma boa conversa – precisam de atenção. A gente vai amadurecendo e entendendo que o essencial é o mais simples – na base, todos precisamos é de amor e a falta dele mata, literalmente”, conclui.
Gratidão Clarice (ela não gosta que a chamem de senhora!) pelos ensinamentos, pela lição de vida… pelo colo gostoso que me fez ter vontade de correr para os braços de minhas avós, enquanto a vida me dá o presente de tê-las. Quando eu crescer, quero ser que nem você! Louca pra ler sua obra…