Boas ideias merecem espaço – e esta pode ser um alívio e tanto para pessoas que dependem das famosas fitinhas para medir glicose: um grupo de pesquisa em Engenharia Biomédica da Udesc trabalha no desenvolvimento de um sensor eletrônico para medição da glicose sem a necessidade de amostragens de sangue. Segundo o professor responsável, Pedro Bertemes Filho, o processo é completamente não invasivo, de baixo custo, para que qualquer pessoa possa monitorar a própria glicose quando precisar. O sensor não possui fios e funciona no smartphone.
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Tudo por aplicativo
“O telefone será usado como veículo para levar a informação de um sensor elétrico acoplado à pele e de um sensor óptico. Os dois sensores vão medir a resposta da intensidade da luz e intensidade elétrica, e passar essas informações para um dispositivo dentro de um relógio que se comunica com o telefone celular. O celular vai ter um aplicativo fazendo o processamento dessas respostas. O paciente vai ver no celular dele a taxa de glicose no momento que desejar”, explica Bertemes.
Hoje, nos Estados Unidos, já existe um sensor de luz que realiza o processo, mas de maneira muito rudimentar e com 67% de erro. A ideia do professor catarinense foi incluir um sensor elétrico para combinar as duas respostas, usando um algoritmo de computação que possa ser transmitido via rede. A proposta levou o grupo a alcançar até 92% de acerto. A pesquisa envolve estudantes de doutorado e pós-doutorado, e tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O projeto está na primeira fase, chamada “pré-clínica”, onde os primeiros testes serão feitos com 50 pessoas saudáveis. Posteriormente, serão realizados testes com diabéticos. Isso é saber dar retorno à sociedade que investe no ensino público!