Cá estou eu retornando de um novo período de férias — e cada vez mais surpresa com as bagagens que venho acumulando em cada parada: lições pra vida! Desta vez, eu e meu marido escolhemos Nova Iorque para um passeio de 10 dias. Sempre que viajamos, planejamos passeios, gastos, hospedagens… E o mais incrível é que o essencial, via de regra, nunca está nos planos.
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Aliás, venho aprendendo que esse é mesmo o grande barato: se abrir pro universo te presentear, sem querer ficar no controle de tudo, o tempo todo (afinal é férias, certo?). E foi num dos muitos (muitos!) passeios a pé, pela cidade, que encontrei o que já batizei de “símbolo” desta nossa mais recente aventura: um alento e tanto para aqueles momentos em que a gente acha que tudo está perdido, sem esperança, sem graça, nem cor…
Um marco de resistência
Caminhávamos já há algumas boas horas, até chegarmos à região das Torres Gêmeas, alvo dos atentados terroristas de 2001. Em meio a um mundo de gente visitando o museu e o memorial dedicado às vítimas, construídos no mesmo local antes ocupado pelos edifícios, lá estava ela: uma pequena árvore, no meio de tantas outras, mas que se diferenciava – mais verde, mais redondinha, trazendo vida a uma paisagem carregada de tristeza.
Foi quando soube que “ela” é a árvore sobrevivente ao 11 de setembro. Foi no Marco Zero, onde ficava o World Trade Center, que foi encontrada pelos trabalhadores que limpavam os destroços, quase toda carbonizada, porém ainda verdejante em algumas folhas de um único ramo. Uma pereira-de-jardim, em luta contra a devastação ao redor.
Como acredito que tudo na vida tem um sentido, comecei a me perguntar que mensagem minha “nova amiga” queria me passar, simplesmente pelo fato de existir – e resistir a tanta desgraça…
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Nada é por acaso
Com toda sua simplicidade, a árvore sobrevivente me ensina várias coisas, entre elas, que podemos, se quisermos, ser foco de vida, de luz, em meio a qualquer caos: seja em família, entre amigos, no trabalho… A nossa força pode modificar todo um panorama.
Mas o que mais assimilei deste presente da natureza é a nossa capacidade de renascer em meio aos nossos destroços: um talento que talvez desconheçamos ou abafamos em nós – mas que reside em nossa essência, basta se dispor a recuperá-lo ou ativá-lo.
E é com esse sentimento do bem que retorno, graças a este encontro nada casual e tão transformador!