*Por Paulo de Tarso Guilhon

A maior prova de que o Brasil está mudando é o resultado das últimas eleições. Vários caciques representantes da velha política não foram reeleitos. É como se o povo dissesse adeus às velhas práticas e exigisse um Brasil mais correto, justo e próspero, com oportunidades para todos.

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O economista Paulo Guedes diz que pagamos, anualmente, US$ 100 bilhões de juros pelos empréstimos tomados pelo governo federal o que restringe a capacidade de investimentos da União. Considerando-se a população de 209 milhões em 2017, segundo o IBGE e o câmbio de R$ 3,694 por dólar, é como se cada brasileiro devesse R$ 1.767.

Se o salário mínimo é de R$ 954,00, para efeito de comparação e simplificação e considerando-se que mais de 52 milhões de brasileiros vivem com R$ 390, mensais, percebe-se o imenso fosso que nos separa da prosperidade econômica e de um país socialmente mais justo.

Faltam recursos para investimentos necessários. Espera-se que as decisões de Guedes, amparadas no monetarismo, tragam de volta atividade econômica mais pujante com retorno do consumo e da recuperação, paulatina, do emprego, já a partir de 2019. Reduzir encargos financeiros é função de um orçamento mais equilibrado que passa pelas reformas estruturais.

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Restrições orçamentárias remetem às parcerias. O exemplo vem do governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ao declarar que fará parcerias com instituições do Sistema S, como o Sebrae, Senai e Sesi e oferecer às mães dos alunos da rede pública a possibilidade de cursos que possam ajudar na renda familiar.

Em Santa Catarina, o Sistema S tem inúmeros exemplos de que pode ajudar a construir uma sociedade mais próspera, inclusive contribuindo para a formação de jovens para o mercado de trabalho, jovens esses atendidos pelas casas de acolhimento no Estado. Constituído por nove instituições ligadas a atividades empresariais diversas, o Sistema S, financiado por recursos das próprias empresas, deve corrigir desvios para contribuir, decisivamente, para o desenvolvimento do brasileiro.

A sociedade começa a se transformar na medida em que percebe que pode caminhar com as próprias pernas e que a educação é o caminho para uma vida próspera. Pobreza, como dizia a antropóloga Ruth Cardoso, “não é falta de dinheiro, mas de oportunidade” que, acrescento, surge para quem está bem preparado.

* Paulo de Tarso Guilhon é economista

 

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