* Por Carlos Guilherme Zigelli
O ecossistema do Estado está em plena atividade, com novas startups surgindo, que enfrentam o estágio inicial e delicado de inserção no mercado
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A capital catarinense é reconhecida mundialmente pelo seu ecossistema inovador e pelo potencial empreendedor que transformou a cidade no Vale do Silício brasileiro. Porém, outros municípios do Estado também estão se destacando quando o assunto é empreendedorismo, tecnologia e inovação.
Uma pesquisa inédita feita pelo Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae/SC, lançada em outubro, mapeou a realidade das startups do Estado e identificou, além da capital, Blumenau e Joinville como polos com o maior número de startups de Santa Catarina.
Essas cidades são referência em tecnologia e estão entre as 10 regiões do Brasil com maior faturamento médio no setor. A Tecnologia da Informação (TI) representa 5,6% da economia de Santa Catarina e acumula uma receita de R$ 15,5 bilhões.
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De acordo com o Panorama do Setor de Tecnologia em Santa Catarina, da Acate, pelo menos 12 mil empresas atuam na área. O Estado contribui para que a Região Sul seja a segunda maior do país no setor de TI, com 13,1% do mercado, segundo estudo da Abes Software referente a 2016.
Nessa pesquisa, grande parte das startups catarinenses afirma prestar serviços de informação e TI. Do total, 75,16% afirmam atuar com software e 20,64% com serviços de tecnologias de informação e comunicação em geral. Apenas 11,61% das empresas selecionaram a opção hardware, que está associada a produtos. Além disso, 17,41% indicaram que prestam mais de um tipo de serviço.
Em relação ao tempo de empresa, 36,45% dos empresários indicaram que o negócio tem menos de um ano. Esse dado mostra que o ecossistema catarinense está em plena atividade, com novas startups surgindo, mas também evidencia que essas empresas enfrentam o estágio inicial e delicado de inserção no mercado.
De acordo com o Sebrae Nacional, 23,4% das empresas fecham com menos de dois anos no Brasil. Em contrapartida, 48,39% das empresas participantes da pesquisa possuem entre dois e cinco anos de atividade, formando um ambiente de negócios mais maduro.Outros dados importantes dizem respeito ao perfil dos empreendedores. O ambiente das startups é bastante masculino e 79,03% dos entrevistados responderam ser homens.
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A idade média dos respondentes é de 34 anos. Com o resultado da questão sobre escolaridade, é possível perceber que as startups catarinenses contam com profissionais de alto nível de formação. A pesquisa constatou que 79,03% dos respondentes possuem ensino superior, sendo a maioria, 33,87%, com pós-graduação. A captação de investimentos externos faz parte da realidade de poucas startups catarinenses, apenas 30,65%, segundo a pesquisa.
O restante, 69,35%, respondeu não ter recebido investimento até o momento. Esses dados vão ao encontro de informações divulgadas por outros estudos que contemplam que 91,8% das startups têm como principal fonte de recursos o capital próprio dos sócios, de acordo com o censo da StartSe, e que 76,22% das startups tem como fonte inicial de investimento no as reservas pessoais dos sócios. Os números retratam o perfil desses negócios no Estado e mostram, também, que ainda há muito espaço para o desenvolvimento.
Por acreditar nisso, o Sebrae/SC é um dos pioneiros ao desenvolver projetos que estimulem a criação e o desenvolvimento dessas empresas, promovendo eventos, projetos e capacitações que envolvam esse setor e que busquem o reconhecimento não só da Capital, mas de Santa Catarina como o estado da inovação e da tecnologia.
*Carlos Zigelli é Diretor Superintendente do Sebrae/SC
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