*Por José Zeferino Pedrozo
Apesar da seriedade, da eficiência produtiva, da segurança sanitária e da qualidade final dos produtos cárneos brasileiros, a imagem do Brasil no mercado internacional de proteína animal não anda boa. E isso é uma injustiça.
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É evidente que o furor midiático das operações Carne Fraca e Trapaça causaram dano à imagem da carne brasileira no exterior, mas devem existir outros fatores. Confesso que fiquei chocado ao ser informado que alguns importadores europeus comercializam carnes brasileiras com o rótulo de “carne sulamericana” temendo represália dos mercados varejistas.
Na série de encontros com os presidenciáveis que a Confederação da Agricultura e Pecuária e o Conselho do Agro organizaram neste ano foram apontadas 10 propostas para o agronegócio brasileiro que, nos últimos anos, tem sido a locomotiva da economia verde-amarela.
Uma das ideias é um programa que possa fortalecer a imagem, promover a diferenciação de produtos e consolidar as exportações de maior valor adicionado. Apesar de atualmente ser um dos maiores produtores em muitas cadeias do agronegócio, a imagem do Brasil é fraca quando comparada a de países como Austrália, Estados Unidos e Canadá.
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Foram detalhadas algumas ações que, se implementadas, surtirão efeitos no mercado mundial: desenvolver projetos nacionais de fomento às exportações que sejam adaptados às realidades locais do agronegócio, com ações de promoção comercial e competitividade.
Criar programa para a sensibilização, capacitação e desenvolvimento de novas cadeias agropecuárias para o comércio internacional, por meio de parcerias entre entes públicos e privados. Investir em programas de comercialização no exterior voltados para pequenos e médios produtores.
Fomentar as exportações de produtos agropecuários de valor agregado, explorando atributos relacionados a diferenciações regionais e indicações geográficas. Adotar uma campanha unificada de governo para fortalecimento da imagem do país, com participação dos ministérios do Meio Ambiente; Relações Exteriores; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Indústria, Comércio e Serviços; Presidência da República, entre outros.
A Associação Brasileira de Proteína Animal, que representa a avicultura e a suinocultura do Brasil, saiu na frente e lançou uma campanha internacional de imagem dos setores exportadores da cadeia produtiva no Salon International de l’Alimentation (Sial), em Paris (França). A ação, realizada em parceria com a Apex-Brasil, busca o fortalecimento da imagem da proteína animal brasileira no mercado internacional.
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A primeira etapa da campanha é voltada para a União Europeia. Bélgica, Holanda, Alemanha, França e Reino Unido são os alvos-prioritários. É preciso estabelecer parcerias estratégicas e posicionar o agronegócio como um ativo do Brasil nas suas relações com o mundo.
Ao mesmo tempo, desenvolver uma estratégia coerente de inserção internacional com estudos de impacto que avaliem perdas e ganhos para os setores. O posicionamento brasileiro deve ser elaborado também com a contribuição do setor privado. Nessa linha, confio que vamos acelerar a integração do Brasil com o mercado mundial, via ampliação e celebração de novos acordos de livre comércio.
*José Zeferino Pedrozo é presidente da Faesc e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
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