Iniciando as comemorações dos 200 anos de Fritz Müller, foi inaugurada uma galeria a céu aberto criada pelo artista plástico Luiz Bernardes em conjunto com a Castelo Engenharia em Blumenau. A exposição-intervenção faz muito sucesso por quem passa pela Alameda Rio Branco.

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O projeto é constituído por grandes painéis, expostos em tapumes de construtoras e conta de forma impressa a história do cientista, sua formação na Alemanha e sua vinda para o Brasil, além de suas contribuições para a ciência mundial, com detalhes da nossa fauna e flora.

A extensa pesquisa feita por Luiz contou com a colaboração especial da professora Sueli Petry, administradora e historiadora do Arquivo Histórico Ferreira da Silva de Blumenau, bem como o depoimento de escritores, amantes e admiradores da história deste grande personagem.

Luiz contou para a gente que todo o trabalho será doado para o Museu Fritz Müller e bateu um papo com a coluna sobre novos projetos e a ligação da arte com a construção civil.

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Vem conferir!

Como nasceu a ideia dos painéis homenageando Fritz Müller?

No ano passado fui convidado para fazer uma obra comemorativa aos 200 Anos de Fritz Müller, tanto por parte de Blumenau como de Florianópolis, as duas cidades que tiveram e tem o maior vínculo com ele.

A ideia dos organizadores era algo como uma pequena escultura de borboletas, camarão preto, bromélias, etc. Mas como já conhecia um pouco da vida maravilhosa deste personagem, fui de cabeça contar um tanto de sua linda e empolgante história.

Com o apoio da minha estimada amiga Sueli Petry, nossa historiadora maior, e o arrojo da Castelo Engenharia, na pessoa do amigo Guilherme Voltolini e equipe, realizamos o nosso sonho. Uma galeria de arte e cultura a céu aberto contando esta linda história. Algo novo, moderno, arrojado, para um momento crucial e delicado da humanidade.

Qual foi o maior desafio que encarou durante esse processo?

Creio que foi conjugar a modernidade necessária à rica e empolgante história passada a 200 anos, sem apresentar escritos, imagens e coisas de forma velha e não empolgante para os dias atuais, que são voltados a coisas momentâneas e materiais.

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A Castelo Engenharia tem um edifício residencial chamado Fritz Müller. Quais obras você criou para esse empreendimento?

Ali, há dois anos, tudo começou, de forma tímida mas marcante. Primeiro a sua linda assinatura na fachada, uma grande luminária em aço inoxidável brilhante e fosco com folhas de costela de adão e os puxadores das portas principais o seu inseparável cajado de bambu fundido em alumínio, polido e tratado tipo escultura. Peças bonitas e marcantes.

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Quais projetos especiais marcaram e ainda irão marcar sua parceria com a Castelo Engenharia?

Sou muito feliz e honrado com esta parceria, tenham absoluta certeza disso.

Desde o início de um pequeno letreiro, escrito com minha letra, ampliamos e cortamos à mão a chapa de ferro, pintamos de grafite e colocamos na fachada do residencial Mont’ Alverne. Isso até hoje me enche de orgulho.

Depois foram grades, portões, fachadas, letreiros, lustres, luminárias, quadros, aparadores, mesas e ideias, conversas, sonhos e escritos para serem feitos logo, ou para alguma construção, e hoje, não só com o “patrão” como nos chamamos, mas com toda a equipe da Castelo Engenharia. Conversamos, sonhamos, viajamos e realizamos nossos sonhos.

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A arte e o bem viver se complementam, você concorda? Como você vê esse diferencial nos prédios e residenciais hoje em dia?

A boa arte, a linda arte, sempre estiveram com a criatura humana, de alguma forma, desde a Caverna Lascaux encontrada na França com suas remotas e incríveis pinturas. Há a necessidade do homem de alguma forma deixar sua marca, seu período, como artista ou admirador.

Até então não teve povo ou civilização que não deixou sua arte, sua marca. Assim deve ser as edificações residenciais, comerciais e até mesmo ambientes externos, com esculturas e pinturas de tamanhos e formatos diversos, para de alguma forma registrar uma época. Com absoluta certeza o bem viver se complementa com a boa arte.

Como podemos na prática trazer a arte para dentro de casa?

Creio que de diversas formas, e não necessariamente gastando ou investindo. Arte é respeito, admiração, lembranças, é algo maior, algo que nos toca. Por exemplo: uma peça que pertenceu à família, que pode e deve ser levada por gerações, e traz lindas e marcantes lembranças de momentos incríveis. E aquela peça que vemos em uma vitrine ou numa exposição e nos encanta? Por que não investir, por que não admirá-la em um espaço de casa, do apartamento ou do escritório?

Arte independe de tamanho, valor, cor. Arte tem que tocar. E preste a atenção independentemente de gostar ou não, em um momento ela vai lhe tocar. E aí? Leve para sua casa, leve para você e para os seus. É muito bacana esse sentimento.

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Quais são seus planos para o futuro?

Trabalhar sempre, morrer trabalhando. É o que eu rogo a Deus todos os dias.