O tempo parou nas ruas lajotadas, entre casarões centenários e ranchos de pesca de um pedaço de terra da costa oeste da ilha de Santa Catarina. O bairro do Ribeirão da Ilha ainda é o mesmo de ontem, de outros tempos, em que crianças ouviam o assobio dos pais e sabiam que estava na hora do jantar. Calmaria é o grande chavão por aqui. Pessoas se cumprimentam pelos nomes – como em uma grande família – e identificam parte da árvore genealógica da vizinhança com facilidade, transformando o recanto em uma pérola da capital catarinense.

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O movimento durante o verão é, praticamente, o mesmo do encontrado no inverno. Alguns se queixam que o trânsito fica mais vagaroso, com dois ou três turistas trafegando em baixíssima velocidade, mas a verdade é que o local não muda sua cara nas diferentes estações. Grande chamariz, a ostra nativa – que abastece grande parte dos restaurantes brasileiros – garante a fama da rota gastronômica atraindo turistas de todos os cantos do mundo. In natura, ao bafo, empanadas, acompanhadas de molhos ou gratinadas, são o carro chefe da culinária local. Gleice Cani e o marido Igor Faria, proprietários de restaurante, dizem que o que move o bairro são as fazendas de ostra, atividade passada de pai para filho há gerações, "além do pôr do sol, que é um dos mais bonitos do Brasil" completa, sorrindo, Faria.

A paulista residente do Ribeirão há três anos, Danielly Andrade, vê na tranquilidade e no aconchego dois pontos fundamentais para a singularidade do lugar e garante que é fácil fazer amigos. Ela e o filho Caio Andrade curtiam a praia sozinhos em mais de uma centena de metros de faixa de areia. Sim, isso é tranquilidade.

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Como se não bastasse a boa gastronomia e o baixo movimento de pessoas na praia, a arquitetura e o artesanato completam o leque da preservação da cultura ribeironense. Lado a lado, casas de portas na rua e janelas decoradas com renda de bilro são o gran finale do local que encanta moradores e hipnotiza turistas.