A entrevista do presidente do Conselho Deliberativo do Figueirense, Chiquinho de Assis, ao repórter Kadu Reis, contém um xeque-mate velado à empresa parceira do clube no futebol. Na entrevista, Assis deixa claro que vê base legal para a ruptura do contrato firmado em agosto de 2017. Ao mesmo tempo, afirma que isso só não vai acontecer agora porque o presidente da empresa, Cláudio Honigman, acabou de assumir a totalidade das ações, ganhando agora autonomia de decisão. Deixa no ar a ideia de que “vamos dar um tempo” para que haja uma resposta efetiva com investimentos e mudança de rumo. É o Conselho exercendo o seu papel como órgão máximo do Figueirense.

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Foi o Conselho que abriu caminho e assinou o contrato em vigor. É ele que tem que cobrar e fiscalizar para que as cláusulas sejam cumpridas. Mas a impressão é que a relação está por um fio. O recado ficou claro: ou há uma mudança de rumo na gestão, ou o contrato é que pode ter outro rumo.

Dura conclusão

Apesar do tempo sugerido pelo presidente do Conselho Deliberativo na entrevista ser algo correto, afinal houve uma mudança drástica no comando da empresa parceira do futebol, que teve a transferência das ações de Claudio Vernalha para Claudio Honigman de dezembro do ano passado até a última semana, o resultado efetivo desde a assinatura de contrato, em agosto de 2017, pesa muito contra.

E pesa não somente para a empresa. Pesa muito para o Conselho Deliberativo também, que foi quem abriu as portas, aprovou e assinou o contrato de 20 anos futuros em apenas duas sessões de reunião e somente uma semana de debates. Foi tudo feito com muita pressa e como se o futuro do clube dependesse somente do novo contrato, e como se o novo cenário fosse o mundo perfeito.

O mesmo Conselho que divulgou nota em jornal na época para dizer que era mais um passo a frente, que o clube era vanguarda há 20 anos ao terceirizar seguidamente as gestões do futebol, fazendo com que o Figueirense crescesse no cenário nacional. Apenas discurso. A prática mostra algo bem diferente.

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