O futebol brasileiro está diante do seu terceiro grande escândalo. A investigação do Ministério Público de Goiás, denominada “Penalidade Máxima”, revela historicamente um dos maiores esquemas de adulteração de partidas no Campeonato Brasileiro.

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O que parecia inicialmente ser apenas algo pontual, com jogos na última rodada da Série B do ano passado, se mostra muito maior e atinge a elite do futebol brasileiro, com jogadores diretamente envolvidos em manipulações e apostas.

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É uma pancada que fere gravemente um dos maiores símbolos, um dos maiores patrimônios, e um grande orgulho brasileiro, que é o futebol. O mesmo futebol, que verdadeiramente movimenta milhões, que na Série A paga salários irreais em comparação ao que ganha um trabalhador médio brasileiro, mas que ao mesmo tempo carrega os sonhos e as paixões, que mexe com o humor de milhões de torcedores todos os dias.

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O torcedor brasileiro é a maior vítima, mas também o futebol brasileiro por completo, com a CBF, que organiza os campeonatos, os clubes, os próprios jogadores (aqueles que são a maioria e entram em campo somente para jogar futebol), e as casas de apostas também, que são lesadas pelas apostas dirigidas pelas quadrilhas.

Punições têm que ser severas

O Código Brasileiro de Justiça Desportiva tem punições severas para o que está acontecendo no nosso futebol. Os atletas envolvidos podem ser até banidos do esporte. Que é o que precisa ocorrer! Se não houver uma resposta muito forte, o futebol vai continuar exposto e pode cair em descrédito. 

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Os clubes já começaram a fazer afastamentos, que é uma primeira medida necessária e correta. Esses jogadores estão sob suspeita e enquanto não houver uma apuração, para o bem ou para o mal, estarão sob suspeita todas as vezes que entrarem em campo. A CBF poderia ir mais além, suspendendo temporariamente o BID dos atletas presentes na apuração do MP de Goiás. 

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É preciso ir mais adiante. Até ressarcimento tem que ocorrer. Os clubes foram lesados, a CBF foi lesada, os torcedores também, moralmente. É preciso uma apuração extremamente rigorosa e minuciosa. A seguir indiciamento e punição. O futebol vai agradecer. 

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O torcedor precisa ter certeza que está indo ao estádio em cada partida e a cada rodada para viver emoções reais, para torcer por jogadores e times que verdadeiramente vão competir em campo. 

O torcedor não pode ser exposto a uma enganação, como se ele fosse um idiota que apenas faz parte de uma encenação que tem cartões amarelos e vermelhos determinados, que tem pênaltis programados e gols e resultados comprometidos por estas ações. O que está em jogo é muito grande e muito maior apenas que um fato corriqueiro e isolado.

Outros casos

O primeiro caso foi em 1982, quando a revista PLACAR estourou a reportagem, de Sérgio Martins, sobre a “Máfia da Loteria Esportiva”. A reportagem apontava 125 envolvidos, entre jogadores, árbitros, dirigentes e outros profissionais. Ao final das investigações, 20 pessoas foram indiciadas.  

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O segundo caso também envolvia apostas esportivas e tinha o árbitro Edílson Pereira de Carvalho como pivô. O famoso caso divulgado pela revista VEJA, em reportagem de André Rizek, hoje no SPORTV, que gerou a remarcação de 11 partidas do campeonato brasileiro de 2005. Entre elas a vitória do Figueirense sobre o Juventude por 4 x 1. O jogo foi realizado novamente com o placar de 2 x 2, junto com outras 10 partidas. Edilson Pereira de Carvalho foi inicialmente suspenso e depois banido do Esporte.