Em tese, todo mundo é a favor de um futebol mais bem jogado, com mais construção, elaboração, com mais posse de bola, mais leve e com mais envolvimento. Para um bom treinador é possível e Alberto Valentim preenche o requisito. Acontece que o Avaí precisa de soluções emergenciais, que não podem esperar o longo prazo da elaboração. Valentim está mudando o perfil de jogo do Avaí, que era não de uma, mas das últimas três ou até quatro temporadas. É bem mais complicado, mesmo que os jogadores não sejam os mesmos. E o Leão está no meio do caminho de fazer esta mudança.

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Em campo, na prática, o Avaí não defende bem, não marca bem e nem ataca bem. É um time no meio do caminho. Para o Botafogo, no domingo, o jogo foi tranquilo. Não houve, tirando os 10 minutos iniciais de intensidade, mas sem finalização, nenhum momento em que o Avaí esteve perto de marcar um gol. Passou longe disso. O futebol elaborado que Valentim quer praticar precisa ficar para depois. Agora é hora de competir e isso é marcar muito, dividir muito, ser intenso e agressivo – tudo que o Avaí não tem sido.

Meio-campo leve demais

O meio do Avaí não marcou e não tem marcado bem. Está muito leve, muito bonzinho. Não há problema algum jogar com Richard Franco e Pedro Castro, mas por trás deles é preciso tem um jogador que “impe a área” e proteja a defesa. É a falta que faz um volante que fique a frente da defesa, que faça as coberturas quando necessário. O que faltou no primeiro gol do Botafogo, quando Pedro Castro saiu e deu bote errado, e Franco foi vencido na movimentação de Alex Santana, ficando atrasado no lance.

Faltou alguém à frente dos dois zagueiros. A defesa do Avaí tem jogado exposta. Foi assim em Santos. Em maioria, zagueiro só é bom quando está bem protegido. No mano a mano, quando sai de sua posição pra fazer coberturas, o zagueiro fica vendido no lance. Tem ocorrido com o Avaí. Valentim precisa corrigir esse meio de campo. Pode até jogar com um volante centralizado e dois meias mais adiantados, mas não pode jogar com dois meias e sem volante.

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