Mesmo com a eliminação, certamente foi a primeira vez na história do time feminino de futebol do Brasil que a torcida vibrou, sofreu e lamentou muito uma derrota das mulheres. Foi um grande jogo contra a França, na Copa do Mundo que pela primeira vez teve esta conexão entre o time feminino e a torcida. A partida foi muito forte, com chances para as duas Seleções. O lance com a atacante Debinha, no final do primeiro tempo da prorrogação poderia ter sido a classificação brasileira e certamente vai ser o lance mais lamentado.

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A zagueira francesa tirou, depois que a bola já tinha passado pela goleira. Uma grande pena. O time sofreu com as lesões e perdeu forças e qualidade para reagir, principalmente após a saída da atacante Cristiane, que fazia uma belíssima partida. Mas fica sempre o orgulho de um time valente e talentoso, que lutou muito para chegar e jogar esta Copa, num país que ainda não abriu seu espaço para o futebol feminino. Só que a partir de agora tem que mudar – as mulheres merecem um espaço muito maior do que o que conquistaram até aqui.

Um novo cenário

Durante duas semanas, surgiram novos grandes especialistas, muitas teses, e até, pasmem, algumas cobranças. Ninguém faz por mal, é claro. É a forma de se envolver e torcer. Mas, de verdade, poucos acompanham o futebol feminino. Eu sou um destes – não tenho acompanhado. Então, não me senti, neste período, à vontade para escrever ou comentar sobre características de jogadoras, analisar profundamente seleções ou favoritismos. Vi o Mundial para conhecer e aprender, além de torcer bastante. E muitos não acompanham por dois motivos. O primeiro porque quase não há competições.

Neste ano passou a existir a obrigatoriedade para os times da Série A – que tenham times femininos. O segundo motivo é a falta de visibilidade do futebol feminino. Tudo isso precisa mudar, com mais times, com mais competições. Há um mercado a ser explorado e que pode ser bem rentável. A comparação com o mercado masculino tende a ser bem dura, mas a referência é esta, não há como escapar. Só que as mulheres mostraram o seu valor. O brasileiro ganhou um novo esporte pra torcer. É momento de aproveitar e caminhar pra frente.

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