O Figueirense não caiu, e isso ficou muito bom se a análise for feita em cima de tudo aquilo que ocorreu no clube na virada para o returno da Série B. A impressão é que o clube se desmanchou no segundo semestre. A impressão deixada foi de uma absoluta falta de comando a partir da saída do técnico Milton Cruz. Usei a expressão “à deriva” em entrevista recente com o diretor de futebol Felipe Faro, que não gostou e retrucou, mas repito que a impressão foi essa. A crise financeira geralmente abala a capacidade de comandar e de cobrar dos jogadores. E o Figueirense viveu uma crise financeira de atraso de salários que praticamente colocou o ano a perder e quase produziu um resultado ainda pior.
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O que vem pela frente é mais um ano de Série B e cobranças, muitas cobranças. Só que ainda não se sabe se o técnico Rogério Micale vai ficar – é provável que não, mas ainda não há uma posição final –, se o diretor de futebol vai ficar, e falta o presidente se pronunciar sobre tudo que não deu certo em 2018 e o que vai ser feito a partir de agora. As dúvidas seguem as mesmas.
Reformulações do grupo
A primeira saída já está confirmada. O meia Renan Mota publicou uma despedida em suas redes sociais. Deve seguir pra jogar no futebol japonês, o que ainda não está confirmado. Mas deve ser o caminho de muitos atletas. O Figueirense precisa passar por essa reformulação. Jogadores como Jorge Henrique, Maikon Leite e Diego Renan não deveriam e não devem mais permanecer.
Citei apenas alguns, porque, na realidade, é mais fácil citar os que deveriam ficar, que são os formados no clube e mais alguns como Zé Antonio, que se identificou com a equipe e a torcida. Não há ambiente para permanências e, num cenário em que é preciso reduzir drasticamente os gastos com folha, fica difícil manter jogadores tentando diminuir salários. O desafio é fazer melhor gastando menos. Um desafio que é para quem entende muito de montagem de time, uma figura que o clube não tem.
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