O cenário não poderia ser pior. O técnico Hemerson Maria, um dos pilares daquilo que havia de positivo no Figueirense em 2019, não aguentou mais a realidade do clube e pediu para sair. Responsável direto pela contratação dos jogadores para esta temporada, Maria também segurava o dia a dia dentro do vestiário com a insatisfação dos atletas. As entrevistas recentes, com os desabafos do treinador, colocaram ele em choque com a direção da empresa gestora do futebol do clube.
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Ouça o comentário sobre a saída do técnico na CBN:
Como o próprio Maria disse logo após pedir demissão, houve quebra de confiança e uma incompatibilidade entre ele e o presidente da empresa. Não havia mais clima. A reunião de domingo no Centro de Treinamento foi tensa e com troca de reclamações entre os dois, e na frente de toda a comissão e do grupo de jogadores.
Inversão expõe desmandos
Em qualquer clube, se o treinador desse entrevistas como as que Maria deu recentemente, ele estaria fora. No Figueirense atual há uma inversão, pelo simples fato de que a direção não honra os compromissos. A empresa não teve respaldo e coragem para mandar Hemerson Maria embora, pelo apoio que ele tinha da torcida e pela união com o grupo de jogadores. Mas aí que entra um risco grande para o clube e a sequência da temporada.
A insatisfação dos jogadores pode estourar com pedidos de rescisões indiretas por atrasos de pagamentos. Quanto a Hemerson, teve dignidade e foi, acima de tudo, um grande alvinegro tentando defender o clube e mudar o rumo da história. Foi até o limite.
Diante deste cenário caótico, o que ouvi nos últimos dias é que há um grupo de alvinegros com projeto para assumir o clube. Com articulações em andamento para viabilizar a Figueirense para o restante da temporada e com ideias para fazer o clube voltar a crescer nos anos seguintes.
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