As punições de primeira instância do TJD do futebol catarinense foram leves para Figueirense e pesadas para o Avaí.
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Ficou clara a desproporção nas decisões que impuseram ao Figueirense a punição de um jogo – já cumprido – ao técnico Márcio Coelho, e de um jogo de perda de mando de campo para o clube, com multa de R$ 10 mil.
A questão do técnico está correta e era menos importante. Mas na comparação com o peso dado pelo Tribunal à reação de Bruno Silva à invasão de gramado – que gerou pena de oito jogos de suspensão –, o Figueirense pode considerar que venceu a primeira batalha dos Tribunais.
Aliás, era a sensação passada pelo próprio advogado do clube, Nikolas Bottos, na entrevista ao repórter Mateus Boaventura, da CBN Diário, após o resultado. Disse que ia estudar ainda se o clube vai recorrer.
Minha opinião, antes do julgamento, era que algo razoável era o Figueirense ser punido com dois jogos e Bruno Silva com a pena mínima de quatro jogos para o enquadramento de agressão. Seria um recado importante e pedagógico. Opinião baseada também em consultas feitas a advogados ligados às questões da Justiça Desportiva. Mas nunca há como prever. Os julgamentos normalmente nos surpreendem.
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É claro que o Figueirense vai ter prejuízos. Mesmo com a pena mais branda. E prejuízo financeiro no momento atual do clube pesa bastante. Mas, pelo que ouvi de Bottos na entrevista, acredito que o clube tenha ficado satisfeito com o resultado obtido pela defesa no TJD do futebol catarinense. Mesmo que ele tenha dito o contrário.
O Avaí também tem prejuízo grande. Bruno Silva certamente é um dos jogadores mais caros do grupo atual. E é o tipo de jogador que o clube quer em campo sempre. O advogado do Avaí, Osvaldo Sestário, teve reação bem diferente e garantiu que haverá recurso.
As reações são bem significativas e também dão o tom da desproporção nas decisões dos julgamentos.
Clubes precisam agir internamente
Mesmo com tom de satisfação de um lado e revolta do outro, acredito que os dois clubes precisam agir internamente.
O Figueirense precisa ser duro no combate aos exageros, que têm sido recorrentes no estádio Orlando Scarpelli. Não foi a primeira vez com quebra-quebra de vidros e tentativa de invasão, neste caso realizada. Cabe ao clube tomar medidas mais eficazes para impedir este tipo de ação da torcida.
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Já o Avaí precisa coibir comportamentos com o que teve Bruno Silva. Os clubes precisam cobrar uma linha mais profissional dos seus atletas em campo. Bruno, neste estadual, já mostrou dedo pra torcida da Chapecoense, já esteve nesta confusão no clássico, e no último jogo bateu boca com a própria torcida na saída de campo. Ele é um jogador muito importante para o time atual. Mas tem que ser na bola.