São campanhas e mais campanhas pelos clubes, Brasil e mundo afora. A tentativa é aproximar cada vez mais o torcedor do seu clube do coração, pra fazer sentir que ele, efetivamente, faz parte.
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Uma pesquisa rápida no google e várias frases surgem em diversas campanhas nos clubes pelo país.
“Transforme sua paixão em amor pra toda a vida”, Internacional
“Não é por opção. Não é pela razão. Seja sócio pelo coração”, Criciúma
“Somos Botafogo. Sua paixão vale muito”, Botafogo-RJ
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“Você pode conquistar mais um título com o Bahia: o de sócio. Associe-se e decida o futuro do Bahia”, Bahia
“O Vasco é meu. O sentimento não pode parar”, Vasco da Gama
“São gerações e corações fazendo a história”, Sport Recife
“Quem tem força vira sócio”, Coritiba
“Una-se a nós. Só falta você. Conhecemos teu valor”, Atlhético-PR
São slogans de campanhas que estão no ar ou já foram realizadas pelos clubes. Todas têm o mesmo apelo, que é motivar o torcedor a se associar pela sua paixão ao clube do coração.
Um sócio vale muito mais do que o dinheiro que ele paga na mensalidade. Vale a sua paixão. Vale também como um fator para dimensionar a grandeza de um clube.
Há torcedor que abre mão de comprar algo em casa, ou pra ele, só para contribuir com o clube do coração – o mínimo que seja.
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Isto não pode ser atacado. É intocável.
O valor de um sócio transcende a uma conta de quantas horas de trabalho de um atleta ou funcionário esta mensalidade paga.
Por isso, o maior pecado cometido pelo presidente do Avaí, na discussão com o torcedor na arquibancada da Ressacada, no último sábado, foi desvalorizar esta paixão.
O presidente, de cabeça quente, queria retrucar e ferir na discussão o torcedor que estava na frente dele falando em voz alta com o argumento de que é sócio. Mas Battistotti foi inábil e feriu a todos os sócios, quando afirmou que a mensalidade não “paga um terço do salário…”
Talvez a mensalidade de um sócio, isolada, não tenha muito valor econômico/financeiro/administrativo mesmo. Mas a dedicação dele ao clube, a paixão que o fez ser sócio vale muito e não há como mensurar. Também não dá a ele, o torcedor-sócio, o poder para xingar como quiser. Dá sim o direito de participar, se orgulhar, de fazer parte.
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Nas contas do Avaí, o orçamento 2020 prevê R$ 4,8 milhões arrecadados em mensalidades de sócios até dezembro. Então juntando todos os sócios e suas pequenas mensalidades, se for pra ser prático e levar só pelos números, já há um valor expressivo e que ajuda a pagar muitas contas na temporada.
Aliás, na projeção das receitas da temporada 2020 do Avaí, o valor arrecadado com os sócios só perde para o valor que vai ser recebido de direitos de televisão pela Série B (R$ 7 milhões) e para o valor projetado pelo clube com vendas dos direitos de atletas (R$ 15 milhões).
Há algum tempo o presidente Battistotti vem errando no tratamento ao torcedor. O ano de 2019 ainda bate forte nesta relação mal resolvida. Ele precisa entender isso e, quem sabe, mudar a postura.