A invasão ao treino do Figueirense e a forma agressiva com que funcionários, comissão técnica e jogadores foram atacados são o inaceitável e o inadmissível ocorrendo.

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Não há como relativizar com expressões como “é o futebol” ou “já fizeram outras vezes”. Ou vamos continuar fechando os olhos para a violência que cresce e nos cerca cada vez mais no nosso dia a dia? Não é possível.

O esporte não é feito só de vitórias. Há derrotas, mesmo que um time entre em campo para vencer, para se dedicar, para competir. 

O Figueirense é um clube de uma história quase centenária e que não viveu só de vitórias e na Série A. Fez sua história maravilhosa, com muita luta e passando por todas as dificuldades, até mesmo de lutar para tentar entrar em alguma divisão do futebol nacional.

Não existe falta de dignidade numa derrota de campo, como foi a de sexta-feira (4), diante do Paraná. É o esporte. É do jogo.

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O Figueirense foi saqueado e quase destruído nos últimos dois anos, por pessoas que queriam apenas usar o clube em seu benefício. 

Onde estava essa gente que não suporta uma derrota e invade treinamento para defender o clube naquela época? Não com violência, com agressões, que são injustificáveis em qualquer situação. Mas com honra, para defender a instituição, que esteve quase largada e quase foi totalmente destruída.

A verdadeira torcida, na época, quando ainda era possível, foi para a arquibancada e fez a força necessária, mostrando sua paixão alvinegra no grito, nos cantos. Nunca com agressão. Assim o Figueirense foi resgatado para tentar se salvar a partir desta temporada.

O clube está sofrendo ainda os reflexos, mas, tenho certeza, vai se reerguer. Só que este tipo de atitude só atrapalha e esvazia. Torna ainda mais complicada a vida de quem segura, com dedicação, com amor, o Figueirense atual tão sofrido.

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A resposta tem que ser contundente. Do Figueirense, do futebol catarinense, com os clubes se unindo, com a Federação, com o Ministério Público e com as autoridades de segurança municipal e estadual. Só assim para se ter alguma chance de que isto não volte a ocorrer. A sociedade precisa exigir atitude e respostas fortes.