O clamor está nas redes sociais alvinegras. Todos os dias o torcedor pergunta: Paulo Prisco Paraíso vai voltar a administrar o clube? A pergunta ainda não tem uma resposta, nem negativa, nem positiva.
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O que posso afirmar é que Prisco tem um projeto para o Figueirense. É algo simples e bem básico.
A proposta é assumir a gestão do futebol do clube até o final do ano. Em paralelo, neste período, trabalhar junto com a administração do Figueirense para amenizar o impacto do estrago feito nos últimos anos, organizando e renegociando dívidas.
O futebol, com todas as responsabilidades da área, seria tocado pela equipe de Paulo Prisco Paraíso até o final da temporada. Sem promessas mirabolantes. O objetivo é simples: fazer o Figueirense se organizar para voltar a crescer a partir do ano do centenário, o ano que vem.
Na prática, haveria um gestor do futebol, que traria um profissional para o Departamento de Futebol e outro para o Marketing. Um atacaria a formação da equipe, com reforços para a temporada, e o outro estaria na linha de frente para geração de recursos.
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Pelo que apurei, não haveria cláusula de rescisão. Apenas um prazo de 30 dias de aviso, se alguma das partes não quisesse mais seguir durante este ano. É um projeto simples, mas está posto. É o que existe de concreto nos bastidores no momento.
Como estão as conversas
Essa é a parte mais complicada. Apesar da campanha do torcedor nas redes sociais, pedindo a volta do dirigente que esteve à frente do clube na primeira década dos anos 2000, há correntes e muitas discussões internas, além de questões que ficaram no passado, quando houve o rompimento com o grupo de Prisco, em março de 2010.
O primeiro passo foi dado ainda quando o Figueirense lutava para não cair. Houve dois encontros. Uma visita dos conselheiros ao escritório de Prisco Paraíso e a retribuição desta visita, num segundo momento, quando PPP esteve no Orlando Scarpelli. Era um pedido de ajuda, no momento em que a parceria com o Elephant havia sido desfeita. Ajuda que foi dada. O pessoal do grupo Prisco ajudou, por exemplo, a trazer Pintado e alguns atletas que chegaram no final da caminhada no Brasileiro.
Passada a correria para permanecer na Série B, esta proposta que citei acima foi aberta para o presidente Chiquinho e estava acesa e renovada a discussão para uma efetiva volta. Até que, em dezembro, num encontro de conselheiros, sem a presença do pessoal de PPP, as negociações tomaram outro rumo. Daquela reunião saiu uma decisão que praticamente descartava a volta do grupo de Prisco. A partir dali tudo ficou estagnado.
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Há divisões, que sempre são naturais, entre os conselheiros mais influentes do clube. Há temores com relação ao fato de, mais uma vez, dar poderes plenos do futebol do Figueirense a terceiros. Mesmo que este “terceiro” tenha o apelo que tem o grupo de Prisco. E há também muitas amarrações que foram feitas nestes últimos anos, como empréstimos que o clube contraiu, que chegam na casa dos R$ 18 milhões.
Por outro lado, houve um aceno, também no final do ano, através de um investidor, do aporte imediato de R$ 4 milhões, com o aval da ASFIG. O possível investidor é um empresário argentino radicado em Florianópolis há mais de uma década. É Guillermo Vieira, que esteve em negócios como o empreendimento da Pedra Branca, em Palhoça. Ele mantém a disposição de ser um investidor parceiro do Figueirense, mas não quer ser gestor. Esta ideia de investimento já foi discutida várias vezes, desde o início do ano passado, mas nunca se tornou realidade.
Neste início de 2020, a discussão com PPP se mantém em banho-maria, estagnada. Na verdade, o que mantém a possibilidade de um acerto é o clamor da torcida, que quer a volta dele.
Mesmo dentro do grupo de trabalho de Paulo Prisco Paraíso já há questionamentos sobre se realmente vale a pena voltar ao clube e enfrentar todos os desgastes e a exposição que o futebol traz.
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