O abraço do presidente Anselmo Freitas no técnico Wilsão logo após a classificação do Criciúma para a terceira fase da Copa do Brasil, na quinta-feira, se tornou um símbolo de esperança para o torcedor.

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A foto, tirada ainda em campo pelo assessor de imprensa, Celso da Luz, viralizou através de grupos sociais dos torcedores carvoeiros e chegou a emocionar pela expressão de celebração e alívio que carrega.

O empresário Anselmo Freitas assumiu o Tigre na virada de 2020 para 2021, para um mandato tampão de um ano, e tem a missão de reerguer o futebol do clube. Mas desde o início do Estadual o time não vem tendo resultados, está na lanterna da competição e muito ameaçado de viver o primeiro rebaixamento de sua história no futebol de Santa Catarina. O Criciúma é o único dos grandes que nunca caiu de divisão no campeonato local.

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A classificação no torneio nacional foi a primeira vitória importante dentro de campo da gestão dele. O técnico Wilsão, o outro protagonista da foto, que assumiu o time depois da demissão de Hemerson Maria, é um dos nomes históricos do clube, do título que mais orgulha a torcida, o da Copa do Brasil de 1991.

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Numa entrevista rápida, o presidente Anselmo Freitas falou sobre este momento, a classificação do Criciúma na Copa do Brasil e, principalmente, a luta do time para não cair no Catarinense 2021.

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A foto rapidamente repercutiu logo após a classificação do Criciúma contra a Ponte Preta. O que significou pro sr. aquele abraço no Wilsão?

Primeiro é preciso dizer que a gente assumiu o Criciúma no início do ano, substituindo a GA, que era a empresa que dirigia o clube na última década, pra voltar pra esse modelo presidencial normal. E fizemos com algumas dúvidas e muitas conversas com o objetivo de resgatar a história vitoriosa do Criciúma. Chamei imediatamente o Waldeci Rampinelli (diretor de futebol) pra trabalhar comigo por todo o passado de conquistas que ele tem no Heriberto Hulse. Nos dividimos nas áreas e tarefas. Eu buscando patrocinadores e negócios e ele tocando o futebol mais diretamente. Foi tudo feito de forma muito rápida e conseguimos montar este time, com muitas contratações para o estadual. Inclusive com a chegada do técnico Hemerson Maria que veio um pouco em cima da hora. E dentro do campo as coisas não vinham dando certo. Tivemos que fazer a mudança. E isso é sempre muito difícil fazer. Ninguém queria ter que demitir o Maria, trocar o treinador.

Técnico Wilson Vaterkemper, o Wilsão, assumiu o Criciúma com missão difícil no Estadual
Técnico Wilson Vaterkemper, o Wilsão, assumiu o Criciúma com missão difícil no Estadual (Foto: Celso da Luz/ Criciúma EC)

Quando eu assumi o clube, eu trouxe o Wilsão de volta. Ele havia sido desligado no ano passado e eu trouxe ele de volta, pela importância que ele tem, pra cuidar da base. O Wilsão também tem uma contribuição muito grande pro Tigre e não podia estar fora do Heriberto Hulse. Agora, na dificuldade, eu chamei ele pra conversar e assumir essa missão. Disse a ele: “nós precisamos de ti”. Ele não queria assumir o time principal. Me disse que tava gostando da base e queria seguir esse trabalho. Mas eu insisti e ele concordou e atendeu o meu pedido. No dia seguinte, o Rampinelli também ligou pra ele e acertaram tudo pra tocar esse desafio.

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Então quando terminou o jogo (contra a Ponte Preta) e conseguimos classificar eu fui lá dar um abraço nele pra agradecer e demonstrar a ele o quanto todos nós estávamos felizes com o que se viu naquela noite em campo.

Era também um alívio, presidente?

Ah, com certeza. Era sim o alívio de perceber que podemos ter encontrado um caminho. Que as coisas não estavam vindo pro nosso lado e o time mostrou muita garra, muita dedicação e conseguiu passar.

Criciúma comemora classificação nos pênaltis contra a Ponte Preta
Criciúma comemora classificação nos pênaltis contra a Ponte Preta (Foto: Celso da Luz)

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E no Estadual presidente, depois do que se viu na quinta, dá pra cravar que o Criciúma não vai cair?

Nós estamos muito confiantes que vai dar tudo certo e nós vamos passar pelo Metropolitano na segunda-feira e o Criciúma não vai cair. Se o time mostrar a mesma garra e a vontade do jogo contra a Ponte Preta nós podemos escapar. O Wilsão fez um trabalho muito forte conversando um a um com os jogadores. O Rampinelli também. Eu acompanhei tudo isso de perto. Eles entenderam o que significa o Criciúma. É um grupo muito bom, muito unido e que está com muita vontade de dar a volta por cima. Agora, o que nós temos que fazer é dar suporte pra esse trabalho do Wilsão, que tem tudo pra dar certo. Pra mim, como presidente e como torcedor, seria uma derrota dupla ficar marcado como o presidente que rebaixou o Criciúma no Estadual. Mas estamos confiantes que jogando com o mesmo futebol que o time mostrou contra a Ponte Preta nós vamos sair dessa.

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Como presidente, o que o sr. consideraria no longo prazo deste um ano que seria a cumprir a missão? Como o sr. quer entregar o clube quando deixar a presidência?

Eu assumi o clube para um mandato tampão de um ano, com a renúncia do Jaime (Dal Farra, o antigo presidente). O Criciúma é um clube extremamente organizado, paga salários em dia, tem uma estrutura excelente. Mas estamos trabalhando no sentido de tornar o clube autossuficiente, que não precise mais de uma pessoa pra colocar dinheiro. Que não precise mais um salvador, como foi o Antenor Angeloni. Conseguimos neste período curto 10 patrocinadores pro clube. Acredito que nenhum clube do estado tem isso. Estamos com um projeto que vai garantir a captação R$ 4 milhões pras categorias de base em cada um dos dois próximos anos. Eu quero um Criciúma viável, com as contas em dia, autossuficiente e com possibilidades de crescer ainda mais.

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