No início de todas as incertezas trazidas pelo coronavírus escrevi aqui e falei em minhas análises na CBN Diário que jogar de portões fechados não teria sentido.
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Por todas as razões relacionadas às condições normais do futebol. O espetáculo só é verdadeiramente espetáculo com torcida na arquibancada. Ainda mais em jogos decisivos de mata-mata. O jogo é diferente dentro de campo, refletindo aquilo que está fora de campo, como as vibrações, o incentivo, as pressões que vêm das torcidas.
Acontece que o cenário é outro. O mundo do futebol está parado, em ajuda ao controle e ao combate ao coronavírus. Os campeonatos estão paralisados e o calendário vai ficando cada vez menor.
No Debate Diário de hoje o árbitro Fifa, catarinense Bráulio Machado, trouxe a informação de bastidores de que a Conmebol, nas comunicações internas aos árbitros já começa a se organizar para retornar a Libertadores até o final de maio, mesmo que seja sem torcida na arquibancada.
A Uefa também já pensa em fazer isto com a Liga dos Campeões da Europa, o maior campeonato de clubes do mundo. Um dos argumentos é que, pelo menos, o futebol na televisão seria uma forma de entretenimento aos milhões de torcedores que seguem confinados em suas casas.
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Mesmo avesso aos jogos sem torcida, não há como, diante do cenário, desprezar os argumentos e não aceitar minimamente esta possibilidade. Dá pra se pensar.
Claro que mais para frente e dependendo de como vamos estar em maio em relação ao coronavírus. Não dá pra pensar em expor os atletas, por exemplo. Não faria sentido. Os jogos sem torcida também dependeriam de uma evolução significativa no combate à pandemia. Seriam uma forma de impedir que a disseminação do vírus possa voltar, tendo um retrocesso no mundo inteiro.