Chegar à última rodada lutando ainda para não cair não estava nos planos do Figueirense, no script de um time que foi campeão estadual, e, definitivamente, não estava no imaginário do torcedor. Tudo começou bem na Série B, mas está terminando muito mal. Analisar o que não deu certo é fundamental para tentar recomeçar em 2019, imaginando que o Figueirense vá permanecer na Série B. Uma queda seria um desastre de proporções do tamanho de uma catástrofe para o clube. As chances são mínimas, mas existem. Os erros, cada vez mais, estão ficando claros para todo mundo.

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1 — O primeiro erro foi deixar acontecer uma temporada em que o assunto “atrasos de salários” foi uma constante. Mesmo com as frequentes declarações da diretoria, minimizando a questão, o que se percebeu do meio pra frente do ano foi que o assunto tomou conta do vestiário e do dia a dia do clube, consumindo foco e, por consequência, a competitividade da equipe.

2 — Faltou estrutura ao clube para sustentar o dia a dia. Enquanto o técnico Milton Cruz esteve no comando, o presidente Claudio Vernalha pôde estar correndo atrás de parceiros e dinheiro para viabilizar o ano. Era a questão do manager, que era praticamente o papel de Milton no clube. Após a saída dele, não houve quem conduzisse o grupo e desse respaldo ao técnico Rogério Micale para seguir tocando o futebol, mesmo com todas 
as dificuldades.

3 — A demissão do técnico Milton Cruz, exatamente pelo que está exposto acima, se tornou um grande equívoco. Quando há um clube bem estruturado, com o Departamento de Futebol com profissionais experientes e boa condução, quando há uma situação financeira bem resolvida e totalmente equacionada, trocar o técnico talvez seja mais simples. Quando este treinador é a pessoa, o profissional, que segura o vestiário nas dificuldades todas – o que era o caso de Milton Cruz –, demitir esta pessoa é praticamente jogar todo o trabalho fora. Milton tinha o grupo nas mãos. Havia uma reciprocidade muito forte.

4 — A chegada de Rogério Micale se mostrou outro erro. Ele se tornou passageiro num cenário em que era preciso muito mais do que uma simples troca de treinador. Não era o perfil para o momento, mas é bom registrar que qualquer técnico que chegasse depois de Milton teria muita dificuldade de trabalhar. Cometeu seus erros, tentando mudar um pouco o perfil da equipe, colocando conceitos diferentes. Ele demorou a fazer a leitura da necessidade de mobilização e envolvimento, muito mais do que qualquer trabalho de organização da equipe. 

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