Com todo o cenário confuso e polêmico estabelecido no início desta semana, a Federação Catarinense de Futebol teve que correr atrás, fez alguns contatos e articulações, e conseguiu um espaço na agenda do Secretário de Saúde de Florianópolis, Carlos Alberto Justo da Silva, o Paraná.
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A reunião não estava agendada, mas foi realizada e foi presencial, como divulgou o colega Roberto Alves em sua coluna.
Argumentos da Federação
As ponderações do presidente Rubens Angelotti foram no caminho de fazer o secretário entender os motivos e a importância, para Federação e clubes, da retomada do futebol em julho.
As questões econômicas foram destacadas e os limites impostos aos clubes neste momento, envolvendo recursos que estão trancados(direitos de transmissão e placas de estádio) pela paralisação do campeonato, perda de patrocínios e sócios, e ainda os gastos com salários mensais, prorrogação de contratos, e investimentos que foram feitos pelos clubes.
A questão sanitária também foi colocada. A Federação renovou o compromisso de cumprir rigorosamente o protocolo por ela mesma elaborado, que tem testes constantes e muitas adaptações para que o risco seja praticamente zero para quem está envolvido e para a população. Foi esclarecido também que o número de pessoas envolvidas não deve chegar a 100 em cada uma das partidas na capital ou em qualquer outro lugar.
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Ponderações do Secretário de Saúde de Florianópolis
O Secretário Paraná explicou o momento vivido pela capital e região no combate à pandemia e expôs os índices que a prefeitura tem no momento e que fizeram com que, em vez de novas liberações, o prefeito realizasse novas restrições.
Argumentou também que seria difícil liberar o futebol profissional em julho e continuar restringindo outras áreas, que certamente se sentiriam prejudicadas, como quadras esportivas e até o próprio futebol amador. Mas prometeu avaliar.
Perspectiva
Ao término da reunião a sensação era de uma abertura real de diálogo com entendimento entre as partes. A prefeitura se comprometeu a analisar efetivamente o novo pedido com as condições que ouviu. O presidente da Federação saiu otimista imaginando que pode haver um novo caminho em julho.
Houve até um aceno para que as partidas de Figueirense e Avaí na volta das quartas de final talvez não fossem realizadas nos dias 11 e 12 de julho, mas sim depois do dia 15.
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A Federação ainda tenta uma nova reunião, mas diretamente com o prefeito Gean Loureiro.
Avaí
O Avaí considera que atingiu em parte seu objetivo, que era ter sua reclamação ouvida e discutida. Nos bastidores segue sua luta para jogar em casa. Mas tem duas questões importantes definidas: não vai tomar um caminho extremo de levar W.O. e não pretende parar o campeonato na justiça. O Avaí pode até voltar atrás, mas se realmente não tiver nenhuma saída e o campeonato seguir sem permissões para Florianópolis. É uma questão que vai ser analisada no dia a dia.
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Figueirense
A postura do Figueirense foi totalmente diferente. O clube segue procurando um lugar pra jogar na região da Grande Florianópolis. O Figueirense manifestou na reunião de terça-feira, entre a Federação e os 10 clubes, por videoconferência, que sua posição é em benefício do campeonato e sua sequência. O CT já está completamente descartado. Não foi aprovado na vistoria da FCF e o Figueirense não vai insistir de jogar ali.