Quando tudo isso passar e a bola voltar a rolar, seja lá quando for, os clubes vão ter que encarar uma dura realidade: vai haver menos dinheiro para o futebol.
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É natural. Vai haver menos dinheiro para tudo num primeiro momento. A recessão é mundial. É uma diminuição da atividade econômica que faz circular menos dinheiro.
Os clubes, que já vão ter o prejuízo pela falta de jogos, pelo atraso em cotas, pela bilheteria que não existe, pelo número de sócios que tende a diminuir, vão ter que administrar diminuições de aportes que já estavam no orçamento.
Num exemplo prático, na última semana, um patrocinador dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro anunciou que estava se retirando e que iria romper os contratos de patrocínio.
As empresas vão segurar dinheiro e as apostas vão ser naquilo que pode dar retorno imediato. O marketing tem retorno a longo prazo. Geralmente é o primeiro recurso a ser cortado.
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E vai haver menos dinheiro para as tv’s bancarem suas transmissões. Também são patrocinadores que pagam as transmissões. O que impacta diretamente nas cotas dos direitos de transmissão dos clubes.
E vai haver menos dinheiro para a CBF ou os clubes venderem os campeonatos, se essa for uma das saídas discutidas.
E vai haver menos dinheiro para patrocinadores diretos dos clubes.
Para muitos clubes no país, e também aqui no estado, a situação é ainda pior por todas as dificuldades financeiras que já existiam antes do coronavírus.
Imagine o caso do Tubarão, que já não vinha honrando compromissos e tem uma Série D pela frente.
A Fifa, a Uefa, a Conmebol, as outras confederações de continentes, e as confederações locais, como a CBF, vão ter que ajudar financiando os clubes mais pobres e os campeonatos neste momento de retomada. Injetando recursos talvez amenizem um pouco o impacto de todas as perdas possíveis e, quem sabe, com um tempo mais curto o futebol possa retomar seu caminho.
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Mas outra questão a ser repensada são os valores astronômicos do futebol atual. É preciso frear e diminuir. O mundo está vendo que, apesar do espetáculo que é o futebol, existem outras prioridades.