Após a vitória do Avaí sobre o Concórdia, o técnico Enderson Moreira fez um desabafo desproporcional e desnecessário. Entre outras coisas, o treinador do Leão revelou que considera receber algumas críticas porque é brasileiro e não estrangeiro, com os portugueses e argentinos que têm trabalhado por aqui – algo que nunca esteve em pauta nas mesas redondas.
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Enderson ainda fez um longo discurso para defender os três zagueiros no Avaí, que segundo ele, muitos consideram equivocadamente como defensivo e não ofensivo. É algo que também não tem sido discutido com este teor.
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Veja imagens do Avaí de Enderson Moreira na vitória sobre o Concórdia
Em primeiro lugar, treinador de futebol tem que saber lidar com as discussões que o futebol gera no dia a dia. Todo mundo discute futebol e técnico é criticado e elogiado sendo brasileiro, português, argentino, polonês ou russo. Não se trata de nacionalidade. Se trata de fazer bem ou não, de ideia de jogo bem escolhida e realizada, de escolhas para escalação e combinação de características de jogadores, e de pontos de vista. Isso é elevar a discussão. Argumentar a nacionalidade deixa o debate bem raso e superficial.
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A outra questão é que a crítica do esquema de três zagueiros do Avaí não é em função do time ser ofensivo ou defensivo. Isso não está em debate. O Avaí é ofensivo, inegavelmente. Tem tomado a iniciativa e tem sido dominante nos jogos. A questão é o esvaziamento do meio de campo no Avaí de Enderson Moreira.
O setor criativo joga com apenas dois atletas, Zé Ricardo e João Vitor. Outro impacto dos três zagueiros do Avaí está nas laterais, com o sacrifício, por exemplo, de Marcos Vinícius, que vira ponta e que foi parar no banco porque como ponta aberto na direita não rende o mesmo que sendo um lateral se projetando, vindo de trás.
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O Avaí de Enderson Moreira não tem necessidade de jogar com três zagueiros. A defesa já era sólida com dois zagueiros e linha de quatro. E outra: tem qualidade para jogar com meias criativos, e mais construção do que só na imposição de perde e pressiona (que é muito importante) ou bola longa dos zagueiros, que tem gerado erros. Mas isso dá mais trabalho para o treinador. Construir é bem difícil e treinar time para construir realmente é mais difícil para alguns técnicos.