Desde 2001 o futebol de Santa Catarina não fica sem um representante na Série A. São 18 edições de Campeonato Brasileiro, com pelo menos um time catarinense entre os 20 melhores do país.
Continua depois da publicidade
Em 2020 não vai haver nenhuma equipe do estado no Brasileirão. E isto tem impacto direto no estadual.
O Catarinense 2020 vai ser o campeonato mais aberto das últimas duas décadas, também por este motivo.
Geralmente, o time que está na Série A é o que tem o favoritismo. E isso, na maioria das vezes, se confirma em campo.
O dado é bem simples: foram 18 estaduais desde 2002 e somente em cinco edições o campeão não foi um clube que estava na Série A da mesma temporada.
Continua depois da publicidade
Os cinco “furões” foram o Criciúma de 2005, que estava na Série B, a Chapecoense de 2007, que ainda era um time que lutava ano a ano para entrar na última divisão nacional – na época não havia Série D ainda -, a Chapecoense de 2011, que estava na Série C, o Avaí de 2012, na Série B, e, por fim, o Figueirense de 2018, que também estava na Série B.
Neste mesmo período, 13 vezes um time de Série A venceu o estadual. Os campeões de Série A são:
Figueirense – 2002
Figueirense – 2003
Figueirense – 2004
Figueirense – 2006
Figueirense – 2008
Avaí – 2009
Avaí – 2010
Criciúma – 2013
Figueirense – 2014
Figueirense – 2015
Chapecoense – 2016
Chapecoense – 2017
Avaí – 2019
Dois fatores são fundamentais pra isso.
O primeiro deles é o orçamento. Ter poder de investimento maior faz muita diferença na qualidade da equipe e na estrutura do clube.
O segundo é a sequência de trabalho. Geralmente, na virada de um ano pra outro, o acesso ou a permanência tornam a transição mais simples. Cito o Avaí de 2008 para 2009. O time era muito bom em 2008, subiu para Série A e ficou ainda mais forte para 2009. Ou ainda, o Figueirense de 2013 para 2014, com capacidade maior de investimento.
Continua depois da publicidade
O exemplo contrário também foi o Figueirense, entre os anos de 2011 e 2012. Em 2011 tinha um timaço, fez uma das melhores campanhas de uma equipe catarinense em Brasileiros, e entrou no estadual do ano seguinte como superfavorito. Mas perdeu a final para o Avaí, que vinha fazendo uma reestruturação financeira e esportiva. Mas, neste caso, entraram fatores como a rivalidade histórica entre os clubes, ou as lesões do Figueirense na reta final – a dupla de ataque, Aloísio e Júlio César ficou fora das finais – e o fator Cléber Santana, jogador que desequilibrou as decisões vestindo a 10 do Avaí.
O Catarinense 2020 não tem favorito. Todos os clubes grandes estão passando por reformulações, ou esportiva, ou financeira, ou as duas questões juntas. E ninguém tem orçamento de Série A.