Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. Era o mínimo que a direção do Brusque deveria ter tido em relação a Celsinho. Isto para começar a tentar acertar o tom de tratamento do caso registrado durante a partida do último sábado, contra o Londrina.
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O Brusque errou tudo! Começando pelo próprio episódio, passando pela demora na resposta, e chegando a desastrosa nota divulgada neste domingo.
Celsinho não é culpado. É vítima. Isto não tem termo de negociação. O ofendido deve ser ouvido e respeitado. Ninguém pode dizer ao ofendido se ele tem mais ou menos direito de estar e se sentir ofendido.
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Num jogo de futebol, no esporte, nem tudo é disputa, nem tudo está valendo pontos para um campeonato. Muito pelo contrário. Há muitos aspectos que são em comum para todas as partes envolvidas. O Brusque deveria ter tomado a reclamação/denúncia de Celsinho como sua para lutar lado a lado com ele, identificando o agressor real. Deveria ter jogado junto com ele, na mesma luta. Seria um exemplo para o país.
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Racismo é crime e devemos combater em todas as suas formas. O futebol é uma das expressões mais fortes de nossa cultura, em que praticamente todos estão inseridos. Precisa ser plataforma de luta contra qualquer tipo de discriminação. Não é aceitável.
Ainda há tempo de admitir que errou, pedir desculpas a Celsinho e à sociedade de uma forma geral. Ainda há tempo para se dizer veementemente contra o racismo e os racistas. Sem “porém”, sem “mas”. É o que se espera de um clube, que por pequeno que seja, tem lutado com tanta força e tão dignamente para subir degrau a degrau na escala do futebol catarinense e brasileiro. E que tem lutado para ser aceito também.