Com a luta dos catarinenses resumida, neste momento, às permanências nas duas primeiras divisões, o negócio é tentar entender o cenário. A conta desta terça-feira se refere ao fato de que os matemáticos começam a projetar um número de corte mais baixo do que os tradicionais 45 pontos – nas duas divisões. Na Série A, atualmente, este chamado “número mágico” está entre 40 e 41 pontos, sendo os matemáticos da UFMG, que tem um site especializado em estatísticas do futebol.
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É claro que Avaí e Chapecoense não podem se agarrar a isso. É algo arriscado demais. É importante lutar pela pontuação histórica de 45. Na Série B, Figueirense e Criciúma também têm que mirar os 45 pontos. Mas os mesmos matemáticos já começam a calcular que a pontuação da permanência pode ficar entre 41 e 42.
Escrevo somente para registrar. Este não é um artigo para gerar esperanças. É apenas algo que é preciso fazer, que é analisar o campeonato e as projeções deste. Acontece que o mais importante é o futebol em campo. E, por enquanto, o futebol mostrado nas duas divisões é sofrível e vai precisar de muita luta.
Momento péssimo para o futebol de Santa Catarina
Olhar a tabela de classificação tem sido tarefa difícil para o torcedor catarinense em 2019. Em especial nesta semana. Os dois times da Série A, Avaí e Chapecoense, ocupam as duas últimas colocações – lanterna para o Avaí e vice lanterna para a Chapecoense.
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Na Série B, o Figueirense desceu a tabela de classificação e entrou neste final de semana que passou, pela primeira vez, na zona de rebaixamento. Enquanto isso, o Criciúma, que já esteve lá dentro, está na beirada do Z4 pelos números atuais. Cada um tem sua história e seus problemas.
O Avaí não soube, mais uma vez, planejar a disputa da elite. A Chapecoense se atrapalhou com muitas contratações e montagem da equipe, gastando muito dinheiro sem resultados. No Figueirense o extracampo destruiu o pouco que foi construído no início da temporada.
E o Criciúma tem um problema crônico que permanece desde que o presidente Dal Farra assumiu, que é a falta de referência no futebol, mesmo com estrutura muito boa e salários em dia.
Falta união e representatividade
Na última semana, quatro dos cinco grandes não compareceram à reunião da Associação de Clubes, que sempre foi um destaque no desenvolvimento do futebol do Estado. Demonstra, no mínimo, desinteresse por alguma união que possa fortalecer os clubes politicamente.
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Fora isso, falta uma expressão maior da Federação Catarinense junto à CBF. É preciso estar em cima, corando erros cometidos contra os catarinenses, ou para evitar questões como o “impedimento” da Ressacada. O “futebol catarinense” parece inerte, sem reação.
É preciso reagir e se fazer respeitar, minimamente. Pra isso, é urgente que os grandes se unam, e a Federação se coloque a serviço deles junto à CBF. Se não houver nem isso e for cada um por si e com seus problemas e um torcendo contra o outro, o risco segue grande de que não haja nenhum na Série A em 2020, e pelo menos um da Série B descendo à Série C no ano que vem.