Marco Aurélio Cunha é o nome no Figueirense. Durante a semana, na CBN Floripa, a enquete do Em Cima do Lance e do Debate Diário perguntava qual era a melhor contratação do Figueirense para 2024. Entre as opções, o técnico João Burse, o próprio executivo de futebol, e os jogadores.

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O resultado foi muito expressivo. O executivo levou 91,4% dos votos da galera. É muita confiança e muita responsabilidade. Ainda durante a semana, no Estádio CBN, em entrevista feita por mim e por Roberto Alves, perguntei a ele se ele já tinha a noção de quanto a presença dele de volta ao Scarpelli carregava as esperanças do torcedor alvinegro. 

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MAC respondeu com um tom assustado. Ele já percebeu em apenas uma semana o quanto representa e o quanto o torcedor do Furacão confia nele. Usa sempre a frase “na idade que eu tô, eu não posso mais errar” e sabe que tem um trabalho gigantesco pela frente. Ao mesmo tempo revelou estar feliz na volta ao Figueirense, falou sobre a possibilidade da volta de Bassani e praticamente descartou Oberdan.

A entrevista do Estádio CBN você confere aqui:

Marco Aurélio Cunha com Roberto Alves, no Estádio CBN desta semana (Foto: reprodução)

Gostei muito do João Burse. Pés no chão, dentro daquilo que está sendo falado pela direção do Figueirense…

O João Burse é um perfil incrível. Um cara sério, me lembra alguns treinadores que eu trabalhei, como Vadão, sóbrio, sereno, inteligente, buscando os resultados, observador, não tem aquela coisa de personalismo, embora tenha muita autoridade, então eu tô muito satisfeito. Foi uma escolha bem elaborada pra chegar no nome dele. Nós o entrevistamos antes, eu e o Medicis da CLAVE, nós conversamos bastante, foi extremamente proveitosa a conversa. A gente falou de jogadores, falou de modelo de jogo, comportamento, pretensões, futuro, e encaixou perfeitamente naquilo que a gente espera. Agora é futebol, o resultado tem que vir e eu acho que ele vem. 

A recepção foi boa? Como você tá sentindo a repercussão do trabalho inicial?

Uma meninada que quer oportunidades e já tem alguma coisa no futebol, mas ainda falta ser mais. Eu conversei muito com eles hoje, eu vou conversando em grupos e dizendo a oportunidade que eles têm agora de se sobressair no futebol brasileiro, a camisa grande do Figueirense, a torcida do Figueirense, respeitar a todos. Até falei pra eles, a primeira fala: “ninguém tira a camisa quando comemorar gol. Tá proibido tirar a camisa. Aqui ninguém tira a camisa. A camisa é a bandeira do clube, o símbolo do clube, o patrocinador que nos ajuda e quando você tira a camisa você tá comemorando sozinho, o gol. Você vai comemorar com os seus companheiros. Você vai abraçar os seus companheiros todos com a camisa do Figueirense”. Se tirar a camisa já sabe que vai ser punido e multado.

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Tens noção do quanto de esperança tu estás trazendo pro torcedor do Figueirense neste momento?

É tão impressionante que me preocupa profundamente. Porque provavelmente nós não vamos entregar resultados tão imediatos. O trabalho é de organização. Eu também não tô aliviando, não, se perder… tem que pegar no pé. Mas eu andei no shopping, eu andei na rua. As pessoas… “agora você vai levantar o Figueira! Agora a coisa vai melhorar… agora nós vamos conseguir”. Isso me enche de esperança, me entusiasma e me dá muita responsabilidade. Na idade que eu tô, eu não posso errar. Eu falo muito isso. Não posso errar. Imagine eu manchar a minha história por má conduta, por displicência, por erros administrativos… então nós temos que fazer as coisas darem certo. E essa responsabilidade é muito pesada. Eu sei que tão projetando nessa nova gestão, especialmente em mim, muita expectativa. E eu, claro, tenho que responder isso e, dentro do possível, eu vou responder. 

Quando é que o Figueirense vai ter o time pronto? O Burse disse que entrou em campo tem que ganhar… e não vai demorar nem na quinta, nem na sexta rodada. É pra ontem…

O primeiro jogo é difícil, por exemplo, com o Criciúma lá, comemorando o acesso, com time de Série A, com investimentos bons. Não vai ser fácil, mas nós vamos jogar, tentar ganhar, surpreender. O Burse vai ter esses dias pra trabalhar. Time novo, jovem correndo. Vamos fazer o possível pra enfrentar todos os adversários de igual pra igual. Agora, o time formado, sinceramente é difícil prever, mas a gente quer pra Série C ter a interpretação do Catarinense pra nós, quem saiu-se bem, aonde tão as necessidades, onde falta o jogador mais relevante, pra poder, aí sim, dar um time pra Série C mais aprimorado. Agora é a fase de formação, equilíbrio, e depois virá o aprimoramento.

Tens respondido muito sobre Bassani e Oberdan?

O Bassani é um jogador que a gente quer contar com ele. Qual é a nossa dificuldade? O mercado, outras ideias dele de poder sair. Eu tenho aqui comigo uma ideia que ele tá buscando alguma coisa pra voltar, pra sair, querendo essa negociação que pode ser muito melhor, no sentido financeiro. Mas ao mesmo tempo também tenho visto que, pelo que eu conversei, não com ele, mas no nosso grupo, que ele também tem um pouco de apreço e amor ao Figueirense pra ficar. Esse sim, esse dá pra fazer. O Outro (Oberdan) eu acho que já tem um negócio encaminhado.

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O Oberdan então já dá pra descartar completamente?

Eu penso que tá difícil.

Que Figueirense que você encontrou, diferentemente ou não, daquele último Figueirense que você viu?

Olha, eu acho que eu encontrei o mesmo. Porque naquela época havia o investimento que o Paulo Prisco fez através das oportunidades que ele trouxe pro Figueirense, e aí começou a organização do estádio, começou a mudança das instalações do Figueirense. Lembro bem do engenheiro Aragão (Carlos Aragão, ex-presidente)… contribuiu tanto. Até não encontrei com ele ainda, mando um abraço, queria revê-lo… o Aragão foi uma pessoa muito importante, ao lado do Paulo e do Mário (Prisco, também dirigente na época da Figueirense participações)… Não era uma reconstrução, era uma construção. E que deu certo, as coisas andaram, o estádio ficou mais bonito, CT veio, nós melhoramos muito na questão de material e de departamento médico. Isso, como em toda casa, se deteriora. Não havendo dinheiro, não há reforma, reposição de peças. Não há aquilo que é a manutenção da sua casa. Esse momento é parecido com aquele, nessa fase mais decomposto, naquela fase inicial pra construção. E tava na Série C igual. Então eu acho que é um momento muito parecido. A única coisa é que nesse momento há um certo descrédito, desesperança pelo que aconteceu nestes (últimos) anos. Naquela época tudo era novidade, então havia mais expectativa positiva. Mas eu acho que a gente retomou essa expectativa. 

O trabalho vai ser dobrado?

É vai ser. E preencher as expectativas do torcedor magoado. Eu já falei, a gente precisa de sócio-torcedor. Eu já fui lá, fui pessoalmente lá falar com a moça (da secretaria do clube). A gente tem 5,8 mil. Nós temos que passar de 7 mil sócios antes de começar o campeonato. Vamos trabalhar, 7 mil, 8 mil… eu peço ao torcedor, poxa, ajude a gente, porque esse valor que entra do torcedor é o que vai fazer a diferença em reconstruir a parte técnica, em contratar mais um atleta. E juntos nós podemos fazer um Figueirense melhor. Eu tô muito feliz de estar aqui.

Confira o Estádio CBN desta semana:

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