Não é fácil negociar com o Battistotti

É o que mais ouço de gente do mercado do futebol, quando o assunto são os negócios do futebol e como o presidente do Avaí, Francisco Battistotti, faz as negociações do clube. Já acompanhei de perto alguns delas, por força da profissão, e percebi o que isso significa. Lembro da venda do zagueiro Gabriel, em 2016, que apurei de perto, antecipando até algumas informações. Na época, percebi o quanto o presidente foi duro até que a questão tivesse o final que ele desejava.

Quando Battistotti assumiu, fui contra. Achava que ele representava a continuidade da gestão anterior, em que as contas foram um desastre e o resultado de campo também não apareceu. Mas hoje posso elogiar sem nenhum receio. O Avaí faz tudo muito simples. Tem um presidente que zela pelas coisas do clube, que vive dentro da Ressacada e que ainda tem, com boa gestão, resultado financeiro e esportivo. O Avaí não está esperando por alguém que “vá assumir a dívida e pagar as contas”, o que não existe. Ainda há muito o que crescer, mas certamente o torcedor prefere assim. Simples, transparente e eficiente.

Contas mais do que em dia

O Conselho Deliberativo do Avaí aprovou por unanimidade, quarta-feira, as constas do clube do exercício do ano 2018. O Avaí teve superávit de RS 4,3 milhões. É um resultado muito expressivo, principalmente por ter sido um ano de Série B, em que as receitas são bem mais enxutas. É o segundo ano seguido que as contas do Avaí fecham no legítimo azul do clube. Em 2017, na Série A, as contas fecharam com resultado positivo de quase RS 6 milhões.

É bom explicar ao leitor que não é que o Avaí tenha este dinheiro em caixa atualmente e possa sair gastando. As contas anuais, num resumo simples, são a diferença entre o que entrou no clube e o que foi gasto. O Avaí vem gastando somente aquilo que está arrecadando e ainda consegue fechar as contas com sobras para executar o ano seguinte e pagar dívidas passadas. É um resultado que precisa ser ressaltado e um exemplo a ser seguido, sem mágicas, sem milagres econômicos ou salto milagreiro ou pagador. É resultado de uma ótima gestão.