A CBF enviou aos clubes neste final de semana o seu “Guia médico de sugestões protetivas para o retorno às atividades do futebol brasileiro.”

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É algo muito semelhante ao que foi feito aqui em Santa Catarina e lançado em 20 de abril. Inclusive um dos membros da Comissão Médica especial formada para elaborar este Guia é o médico do Avaí, Luis Fernando Funchal, que também assina o documento catarinense.

Assim como o Guia catarinense, o elaborado pela CBF tem todas as explicações sobre a doença e sua inserção no futebol brasileiro, com possíveis impactos no dia a dia. Há também o passo a passo para o retorno às atividades, desde os primeiros testes, os treinos individuais, até a realização de jogos e manutenção do acompanhamento. É tudo muito detalhado, até como os ambientes de um clube de futebol deve funcionar.

Consegui conversar novamente com o dr. Funchal para entender o que significa mais este passo para o futebol brasileiro.

RF.: Esse manual/protocolo tem anuência da Anvisa e do Ministérios da Saúde? (havia uma troca de informações entre a CBF e os órgãos do Governo Federal para ajustes do modelo Brasil)

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LF Funchal.: O Protocolo foi encaminhado a ANVISA que fez unicamente, até pela competência que lhe cabe, analisar as colocações sobre os testes. Validade e utilização. O Ministério da Saúde também recebeu uma cópia. Até pouco tempo atrás “vazou” na imprensa um documento do MS comentando o protocolo e dando sugestões. O MS recebeu e fez suas sugestões dentro que achava pertinente para uma adequação em todo território nacional.

RF.: Todos os clubes têm que seguir obrigatoriamente o que diz o Guia da CBF? (os clubes receberam todos o Guia no final de semana)

LF Funchal: Seguir obrigatoriamente, somente por força de lei. Isso é um guia de sugestões médicas protetivas. Pelo bom senso, e por ser um trabalho muito bem feito, por muitas mãos e especialistas, deve ser levado a sério. Logicamente, cada um pode ter sua própria interpretação. Pode achar conveniente ou não, dentro de sua realidade. Mas é recomendável seguir. Pelo menos no que tange as medidas protetivas comportamentais.

RF.: Com este manual, o futebol passa a estar autorizado nacionalmente, apenas dependendo das autoridades locais?

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LF Funchal: O manual é da entidade mãe, que é a CBF, demorou para sair, pois precisava “caber” em todas as “realidades” do Brasil. Com este tipo de normativa teremos a capacidade de flexibilização dos campeonatos estaduais, estes campeonatos estão sob o regramento e supervisão de cada Federação. Cada região ou regional terá suas próprias realidades e deverão manter continuamente relatórios de acompanhamento.

RF.: Há algo que o sr. gostaria de esclarecer sobre mais esta etapa no processo?

LF Funchal.: Uma coisa de suma importância é ter em cada regional o controle de sua matriz de risco. isso significa que o perfil epidemiológico de cada região, Estado ou município é de suma importância para tomada de decisões inteligentes e protetivas. Cabe aos gestores saberem avaliar seus riscos e seus números. Isso não é acaso é tecnologia da informação. É usar o que se tem de mais importante na condução de medidas sociais. Dados reais e bem analisados.