O Figueirense fez o caminho contrário nos últimos anos. Passou, de forma muito equivocada, a contratar a maioria dos seus times, confiando inclusive em medalhões, como Rafael Moura, Carlos Alberto e Jorge Henrique. Os dois primeiros não deixaram nenhuma saudade para o torcedor. E Jorge Henrique foi abraçado, mas vem decepcionando igualmente. Um clube que sempre foi formador, e precisa ser. Ainda mais numa realidade de Série B, em que os recursos são menores.

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O torcedor se orgulha em ver Roberto Firmino, em ver Filipe Luís, em ter de volta André Santos, também revelado na base do Figueira, mas desde o início da década não consegue mais revelar com tanta qualidade. É uma política histórica do clube que precisa ser refeita. Com a presença de Rogério Micale, o Figueirense pode ter nele o referencial pra fazer o trabalho de forma correta.

Uma nova etapa

Rogério Micale inicia na partida contra o Coritiba uma nova etapa com o Figueirense. Com menos de 1% de possibilidades matemáticas de acesso, o momento é pensar em fazer os pontos para permanência na Série B, o que não deve ser difícil, e terminar bem o campeonato. Como escrevi quando chegou, subir ou não já não estava mais sob controle do novo treinador. O Figueira já havia se colocado numa condição de muitos riscos.

A saída de Milton Cruz se mostrou muito significativa. Menos pelo trabalho de campo, porque o time já não vinha desempenhando, mais pelo que fazia fora dele, que era a condução e administração do grupo de jogadores. Inclusive, por aquilo que fazia para superar descontentamentos com constantes atrasos de salário. Era o tal “manager” do qual falei o ano inteiro. Micale não tem este respaldo ainda.

Chegou no final do caminho e conduz um grupo que não foi ele que montou. O Coritiba vem a Florianópolis jogar uma decisão. O Figueirense tem que entrar neste ritmo também, apesar do ambiente que mais parece de fim de festa.

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